2. Liturgia – meio para garantir a contemporaneidade com Jesus Cristo
O facto da liturgia não ser intangível – a sua história agitada testemunha isso – e, por outro lado, a Palavra de Deus ser intangível – não suscetível à manipulação e transformação humanas – constitui uma declaração certa e indubitável: a Liturgia é um meio, não um fim. “O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado” (Mc. 2, 27-28), meio pelo qual a salvação de Deus se torna participativa e participada.
Há alguns anos, uma pesquisa realizada em colégios ingleses sobre o índice de aprovação de vários personagens do passado e do presente forneceu dados assustadores: o interesse desses jovens pela figura de Jesus Cristo ficou em 120º (último lugar), ex aequo com George W. Busch, presidente dos EUA de 2001 a 2009. Então, perante isto, como garantir a contemporaneidade de Jesus que entrou na eternidade, na dimensão definitiva na qual os seres humanos não tiveram experiência, e aqueles que estão nesta vida? A liturgia é um “memorial” que nos permite o acesso à eternidade e por isso, temos de ter o compromisso de tornar o Mistério mais comunicável e partilhável com os mais novos. E isso se faz com a Liturgia bem vivida, fazendo vibrar o coração.