3. A Transmissão da Revelação
O documento do Concílio Vaticano II, onde se aborda a Palavra de Deus, é a Dei Verbum. Esta Revelação Divina – Palavra de Deus – foi transmitida pela Tradição e pela Sagrada Escritura. Na linguagem da Dei Verbum, esta transmissão “foi realizada com fidelidade, tanto pelos Apóstolos que, na sua pregação oral, exemplos e instituições, transmitiram aquilo que tinham recebido dos lábios, trato e obras de Cristo, e o que tinham aprendido por inspiração do Espírito Santo, como por aqueles Apóstolos e varões apostólicos que, sob a inspiração do mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem da salvação” (nº 7).
Daqui se conclui que “a sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus, enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação; donde resulta assim que a Igreja não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência” (Dei Verbum, 9).
O encargo de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou contida na Tradição, foi confiado ao magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo. Daqui se conclui que a sagrada Tradição, a sagrada Escritura e o magistério da Igreja, de tal maneira se unem e se associam que um sem os outros não se mantém (cf. nº 10).