Ao longo dos anos esta foi uma das imagens de marca dos espiritanos: ajudar a Igreja portuguesa a sentir a Missão como fazendo parte da sua vocação cristã. Hoje, a animação missionária continua a ser o rosto mais visível da nossa presença em Portugal e nesta missão estão empenhados muitos missionários e dedicadas muitas estruturas. As expressões mais significativas desta vertente são o movimento da Liga Intensificadora de Ação Missionária (LIAM); os Jovens sem Fronteiras (JSF); o Movimento Missionário de Professores (MOMIP); o Centro Espírito Santo e Missão (CESM). Dos vários movimentos na atualidade falaremos mais em pormenor quando apresentarmos a Família Espiritana.
Desde o início que os espiritanos se preocuparam em sensibilizar os católicos portugueses para a urgência de participarem no esforço missionário através da oração, das vocações e da solidariedade material. Quando a Congregação foi relançada em Portugal em 1919 a animação missionária começou a organizar-se de forma mais sistemática e estável. O padre Moisés Alves de Pinho, que será Bispo de Angola e Congo a partir de 1932, lança em 1921 a revista “Missões de Angola e Congo” que se destinava a sensibilizar para a causa missionária, e relança a Associação Nossa Senhora de África (tinha sido criada em 1847 mas extinta em 1910) que em 1929 já atingia 80 mil associados. Mas é sobretudo com a nomeação de alguns espiritanos para a animação missionária a tempo inteiro que se estrutura este sector na Província. Alguns foram particularmente marcantes nesta ação: é o caso do padre Agostinho de Moura, a quem se deve a fundação da LIAM em 13 de Maio de 1937; o padre José Felício, que a desenvolveu e implantou em todo o país, ao mesmo tempo que dava origem aos Encontros Missionários de Professores, futuro MOMIP; o padre Marinho Lemos, que reanimou este sector no início dos anos 90; ou o padre Firmino Cachada, que nos anos 80 colocou a prioridade na juventude fundando os Jovens sem Fronteiras.
Foi ainda dentro deste esforço de Animação Missionária que se criaram instrumentos de difusão, alguns dos quais permanecem até hoje: o “Almanaque das Missões” (1938), o “Calendário das Missões” (1946) e a “Agenda das Missões”(publicada de 1946 até 2007); o jornal “Ação Missionária” (1940); a revista “Encontro” (publicada de 1963 até 2010), e ainda a publicação de dezenas de livros sobre formação e espiritualidade cristã.