“A experiência interior fundamental de Francisco Libermann foi a da força gratuita da graça de Deus. Deixar-se invadir por este absoluto foi a grande aposta da sua vida. ‘Entregar-se’ é uma palavra que aparece constantemente nos seus livros. A docilidade ao Espírito Santo, vivendo em nós, será a chave da sua espiritualidade. Ele empregará toda uma série de imagens para exprimir esta entrega ao Espírito. Ser como uma criança que tudo espera de sua mãe, ser como argila nas mãos do oleiro, como a estátua nas mãos do escultor, como o ferro nas mãos do ferreiro, como leve pena nas asas do vento. É preciso esperar a hora de Deus, aceitar deixar-se conduzir por Ele, ser paciente na provação, não ir mais além do que a graça nos conduz, aceitar os ritmos e os tempos e Deus”. (Adélio Torres Neiva, História da Província Portuguesa 1867-2004, p 740).
A esta atitude de consagração e docilidade ao Espírito Santo acrescenta Libermann a consagração ao Imaculado Coração de Maria, uma intuição que nasce da sua própria experiencia de fé. Depois da sua conversão e batismo sentirá a presença materna de Maria nos momentos decisivos da sua vida e da sua Obra. “Maria é o modelo de docilidade e fidelidade às inspirações do Espírito Santo, em todos os aspetos da nossa vida, sobretudo na oração. Veneramo-la e invocamo-la, para que o Espírito Santo, presente no Seu Coração Imaculado, se torne para nós, como n’Ela, manancial fecundo do nosso espírito apostólico”, assim nos orienta a nossa Regra de Vida (RVE 89). “A fusão da Congregação do Espírito Santo, de Poullart des Places, com a do Imaculado Coração de Maria, de Libermann, não foi apenas a junção de duas Congregações: ela veio pôr em evidência a união profunda que existe entre o Espírito Santo e Maria na origem e plenitude da missão”. (Adélio Torres Neiva, o.c., p 741)