Apresentação
As expressões portuguesas: “Enquanto há vida, há esperança”, ou: “A esperança é a última a morrer” traduzem a intuição popular de que a esperança e a vida são indissociáveis e têm uma relação circular: a vida gera esperança e a esperança gera vida. É por isso que, em conjunturas difíceis e percecionadas como ameaçadoras, o tema da esperança se torna recorrente e necessário.
Na pandemia do covid 19, o desafio da esperança e os discursos motivacionais acompanharam-nos sempre. Hoje, o grito da esperança, mesmo já tendo sido ultrapassada a pandemia, continua a ser uma necessidade urgente. Os tempos que correm são portadores de muita dor e sentimento de insegurança: a crise climática e os desequilíbrios ambientais atingiram níveis de extrema gravidade, que o Papa Francisco denuncia na sua exortação apostólica de outubro de 2023, “Laudate Deum”.
Também em outubro de 2023, no dia 27, o Papa convocou um Dia Mundial de Oração pela Paz e, nessa ocasião, proferiu uma oração dirigida à Santíssima Virgem que foi publicada no Osservatore Romano sob o título: “Uma hora escura”. A proliferação de guerras de extrema violência, como a da Ucrânia ou a de Israel, gera, de facto, este sentimento doloroso de vivermos tempos tenebrosos, que precisam de luz. Tempos em que a vida está ameaçada, em que a esperança tende a esmorecer e em que é preciso recorrer às fontes da vida e da esperança para recuperar a luz.