De Portugal
Partimos da Silva rumo a Lisboa, como quem parte rumo ao desconhecido. Um grupo de cerca de 30 elementos, composto maioritariamente por jovens menores de idade. Todos na mesma posição: a primeira vez a participar numa JMJ!
As expetativas eram altas, mas por vezes soava assaltavam-nos o pensamento possíveis obstáculos: as temperaturas altas previstas, a possibilidade de falta de água e os transportes poderem colapsar. Não nos deixamos absorver por estes medos, e entramos no Seminário da Torre d’Aguilha juntamente com mais três centenas de jovens: alguns portugueses, mas grande parte estrangeiros, oriundos dos vários continentes.
Os primeiros dias, ainda de pré-jornada, foram de partilha e convívio com jovens de realidades completamente diferentes da nossas, mas unidos na oração e na ansiedade de viver a JMJ 2023.
1 de Agosto de 2023, o grande dia. A JMJ começou oficialmente! Foi um choque de realidade, quando subimos a Avenida da Liberdade em direção à Colina do Encontro (Parque Eduardo VII) onde ia ser celebrada a missa de abertura, presidida pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa. As cores das bandeiras dos vários países pintavam a avenida, a alegria era contagiante, ouviam-se cânticos em diversas línguas e aqui e ali podia-se assistir a danças tradicionais. O coração batia forte, ao ver um mar de jovens unidos pela fé.
Os dias foram passando, e o número de jovens na cidade crescia exponencialmente. Inundados por uma onda de fé e amor, a ansiedade pela chegada do Papa Francisco era notória.
Chegou a cerimónia de Acolhimento e a Via Sacra. Sempre que se aproximava a hora do Santo Padre entrar no recinto, a emoção era nítida no rosto de mais de meio milhão de pessoas que acolhia sempre Francisco com a saudação tradicional: “Esta é a Juventude do Papa”. Era arrepiante.
Sempre que o Papa falava, um silêncio arrebatador apoderava-se de toda a zona envolvente. Com o aproximar do “Adeus” ao Papa Francisco e à JMJ 2023, rumamos ao Campo da Graça – o grande recinto preparado especialmente para a jornada, junto ao rio Tejo. Munidos de saco-cama e ração de combate, caminhamos em peregrinação ao Parque Tejo onde íamos participar na Vigília e Missa de Envio. Terá sido o ponto alto de toda a semana. Um recinto com cerca de 2km de comprimento, dividido por setores, onde se apontava estarem 1,5 milhões de pessoas. Não importou a distância ao palco, o sentimento era de comunidade e ligação ao Papa.
Foram momentos muito ricos em ensinamentos que nos permitiram aprofundar e renovar a fé. A mensagem foi de esperança, lembrando que na vida “Só uma coisa é gratuita: o amor de Jesus!” e o que futuro é em frente, sem medo.
Regressamos com o coração cheio, gratos a Lisboa que soube acolher tão bem toda esta “onda de jovens”.
José Pedro Cardoso