Missionários do Espírito Santo em Portugal
“O nosso Salvador instituiu na Última Ceia, na noite em que foi entregue, o Sacrifício Eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue, para perpetuar o Sacrifício da Cruz ao longo dos séculos até que Ele venha, e para confiar a Igreja, sua Esposa amada, o memorial da sua Morte e Ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é concedido o penhor da glória futura.”
(Sacrosantum Concilium, nº 47).
“Eu sou o Pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. Este pão é a minha carne, que eu darei para a vida do mundo.”
Na Última Ceia, na noite em que foi entregue, o nosso Salvador, Jesus, instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue. Jesus confiou, à Igreja, o memorial, isto é, a lembrança viva, capaz de tornar presente, em todos os tempos e lugares, o sacrifício da Cruz, o mistério da sua morte e ressurreição.
Memorial, um conceito de origem hebraica, que remonta ao Livro do Êxodo, quando Moisés, em nome de Deus, ao prescrever o ritual da Ceia Pascal do hebreus, proclama: “este dia será para vós um memorial em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como instituição perpétua (Ex. 12, 14; 17, 24. Quando os vossos filhos vos perguntarem: “O que significa este rito?” respondereis: “É o sacrifício da Páscoa do Senhor, que passou adiante as casas dos israelitas, no Egipto, quando feriu os egípcios e salvou as nossas casas” (Ex. 12, 26-27). De geração em geração, os hebreus celebrarão essa Ceia Pascal e, ao recordar um passado maravilhoso, eles voltam a experimentar a presença e a ação do Deus libertador, que está sempre com eles. Com a mesma compreensão, os cristãos celebram a Ceia do Senhor, comemorando assim, como Ele mesmo o fez antecipando, a sua entrega ao Pai, na morte e ressurreição, pela nossa salvação, e em atenção a esta palavra de Jesus: “fazei isto em memória de mim!” (1Cor. 11, 24.25).
Santo Agostinho já chamava a esta celebração de sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, isto é, sinal privilegiado da comunhão entre nós e com Deus, em Jesus Cristo.
A Igreja vê a grande importância deste sacramento e, por isso, empenhou e se empenha quotidianamente com todo o seu zelo para que todos os fieis não se comportem na celebração como estranhos, nem como “mudos espectadores”, pelo contrário, todos os fieis devem estar bem motivados pelos ritos e orações, participando conscientes, piedosos e ativos na ação sagrada. Que todos os fiéis sejam instruídos pela Palavra de Deus e alimentados pela mesa do Corpo do Senhor.
São Cirilo de Alexandria, já afirmava no seu comentário ao Evangelho de São João, que “devemos ter Cristo como mediador, dia após dia, aperfeiçoando-nos na união com Deus e entre si, para que, finalmente, Deus chegue a ser tudo em todos.”
Com todas estas premissas, todos nós, cristãos, somos chamados, no hoje de nossa história, à feliz participação ativa e criativa do inestimável Dom de Deus.
O Concílio Vaticano II não considera mais como modelo principal de Missa, a Missa do sacerdote, à qual a assembleia assiste, mas a Missa celebrada, principalmente aos domingos e dias de festa, pela comunidade e presidida pelo sacerdote.
Levando em conta este modelo de Missa, o Concílio propõe uma renovação para que seja facilitada a participação ativa de todos os fieis e que a “Mesa da Palavra de Deus” seja mais generosamente preparada, para que o tesouro da Bíblia seja aberto a “todos, todos, todos”. E a “Mesa do Sacrifício Eucarístico” seja o manancial da graça renovadora, que nos impulsiona a todos e a cada um, a dar o seu sim consciente e criativo na sua vida pessoal e comunitária.
1. Proclamar o Salmo 100 (99). As nossas celebrações eucarísticas têm o mesmo clima de fé, vibração e alegria do Salmo 100 (99)?
2. O que cabe a cada um de nós, aqui, tentar fazer para que as nossas celebrações tenham esse clima de qualidade?
Em contexto brasileiro, uma catequese sobre a Eucaristia:
Encenação da Última Ceia:
Vítor Ferros
