2. Importância da Sagrada Escritura
É conhecida a frase de São Jerónimo: “A ignorância da Escritura é ignorância de Cristo”. Com razão a Dei Verbum reafirma que “a Igreja sempre venerou as divinas Escrituras como venera o próprio corpo do Senhor”, e por isso na liturgia distribui o pão da vida a partir das duas mesas: a mesa da Palavra de Deus e a mesa do altar, do corpo de Cristo. Sempre considerou a Sagrada Escritura, “juntamente com a sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé (…). É preciso, pois, que toda a pregação eclesiástica, assim como a própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura” (nº 21).
Em 2008 realizou-se um Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus, na vida e na missão da Igreja. Como fruto dessa reflexão, o Papa Bento XVI publicou em 2010 a importante exortação “Verbum Domini”. Aí se incentivou o incremento da animação bíblica de toda a pastoral: “Não se trata simplesmente de acrescentar qualquer encontro na paróquia ou na diocese, mas de verificar que, nas atividades habituais das comunidades cristãs, nas paróquias, nas associações e nos movimentos, se tenha realmente a peito o encontro pessoal com Cristo que Se comunica a nós na sua Palavra (…). Por isso exorto os pastores e os fiéis a terem em conta a importância desta animação: será o modo melhor também de enfrentar alguns problemas pastorais referidos durante a assembleia sinodal, ligados por exemplo à proliferação de seitas, que difundem uma leitura deformada e instrumentalizada da Sagrada Escritura. Quando não se formam os fiéis num conhecimento da Bíblia, conforme à fé da Igreja, no sulco da sua Tradição viva, deixa-se efetivamente um vazio pastoral, onde realidades como as seitas podem encontrar fácil terreno para lançar raízes” (nº 73).