1. Preparar o Jubileu 2025 com o Vaticano II em mãos
Palavra de Deus
«Contarás sete semanas de anos, isto é, sete vezes sete anos; de forma que a duração de estas sete semanas de anos corresponderá a quarenta e nove anos. Depois, farás ressoar fortemente a trombeta, no décimo dia do sétimo mês. No dia do grande Perdão, fareis ressoar o som da trombeta através de toda a vossa terra. Santificareis o quinquagésimo ano, proclamando na vossa terra a liberdade de todos os que a habitam. Este ano será para vós um Jubileu; cada um de vós voltará à sua propriedade, e à sua família. O quinquagésimo ano é o ano do Jubileu: não semeareis, não colhereis do que cresce espontaneamente, nem vindimareis as vinhas que não foram podadas. Porque é o Jubileu, deve ser uma coisa santa para vós e comereis o produto dos Campos. Neste Jubileu, cada um de vós recobrará a sua propriedade. Quando fizeres uma venda ao teu próximo, ou se comprares alguma coisa, não vos prejudiqueis um ao outro. Farás essa compra ao próximo, tendo em conta os anos decorridos depois do Jubileu, e ele fará essa venda tendo em conta os anos das colheitas. Conforme os anos forem mais ou menos numerosos, assim tu pagarás mais ou menos pelo que adquirires, porque é um número de colheitas que ele te vende. Não vos prejudiqueis uns aos outros. Teme o teu Deus, porque Eu sou o SENHOR, vosso Deus.»
Lev. 25, 8-17
Na carta que o Papa Francisco escreveu para preparar o Jubileu de 2025 afirma que «as quatro Constituições do Concílio Ecuménico Vaticano II, juntamente com o magistério destes decénios, continuarão a orientar e guiar o santo povo de Deus, a fim de que progrida na missão de levar a todos o jubiloso anúncio do Evangelho». «Preparar-se para o Jubileu de 2025 retomando os textos fundamentais do Concilio Vaticano II é um compromisso que peço a todos que aceitem como um momento de crescimento na fé».
Foi a partir deste pedido muito claro do Papa Francisco que a Coordenação da Animação Espiritana (CAME) decidiu que o nosso livro de reuniões deveria, na 1ª parte, dedicada aos temas de estudo, proporcionar uma reflexão sobre as quatro constituições dogmáticas, saídas do Vaticano II: DEI VERBUM; SACROSANCTUM CONCILIUM, LUMEN GENTIUM e GAUDIUM ET SPES. Esta opção alinha-nos com as palavras do Papa Francisco, quando diz: «é tempo de redescobrir a beleza do ensinamento milenar da Igreja, que ainda hoje provoca a fé dos cristãos e os chama a ser mais responsáveis e presentes na oferta do próprio contributo para o crescimento da humanidade inteira».
1. As palavras do Papa S. Paulo VI
«A Igreja vive, a Igreja pensa, a Igreja fala, a Igreja cresce, a Igreja continua a edificar-se» (…). A Igreja vem de Cristo e vai para Cristo, e estes são os seus passos, isto é, os atos com que se aperfeiçoa, se confirma, se desenvolve, se renova, se santifica. Todo este esforço perfectivo da Igreja não é outra coisa, senão uma expressão de amor a Cristo Nosso Senhor».
Estas palavras de Paulo VI na homilia da sétima sessão do Concílio, diz-nos o Papa Francisco, «incitam-nos hoje a considerar a importância dos ensinamentos conciliares. Retomar em mãos estes textos é sinal da vivacidade e fecundidade da Igreja; a renovação da comunidade e o empenho da conversão pastoral passam necessariamente por fazer nossas as orientações do Vaticano II».
2. Etapas fundamentais
O Papa elenca as etapas fundamentais a percorrer para que a Igreja saiba e demonstre estar viva, e desejosa de renovar-se e aperfeiçoar-se no seu caminho de santificação. A proposta é clara quanto ao caminho a percorrer: «a centralidade da Palavra de Deus, fundamento da revelação cristã; a renovação da liturgia, expressão do serviço sacerdotal de todos os batizados; a consciência de ser Povo de Deus a caminho, até à Jerusalém celeste e a exigência de partilhar as alegrias e as esperanças de toda a humanidade, sobretudo dos pobres». Não admira, pois, que o Papa Francisco tenho escolhido «Peregrinos da esperança» como lema do Jubileu 2025.
3. Evento de grande relevância espiritual, eclesial e social
O Santo Padre ressalta que o Jubileu representou sempre na vida da Igreja um acontecimento de grande relevância espiritual, eclesial e social. Desde que Bonifácio VIII, em 1300, instituiu o primeiro Ano Santo, o fiel e santo povo de Deus viveu esta celebração como um dom especial de graça, caraterizado pelo perdão dos pecados e, em particular, pela indulgência, expressão plena da misericórdia de Deus.
Francisco lembra que o Grande Jubileu do ano 2000 introduziu a Igreja no terceiro milênio da sua história. Tanto o aguardou e desejou São João Paulo II, com a esperança de que todos os cristãos, superadas as divisões históricas, pudessem celebrar juntos os dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade.
“Agora aproxima-se a meta dos primeiros vinte e cinco anos do século XXI, e somos chamados a realizar uma preparação que permita ao povo cristão viver o Ano Santo em todo o seu significado pastoral”.
4. Ano Jubilar, a beleza da criação e cuidado com a casa comum
O Santo Padre faz votos para que a dimensão espiritual do Jubileu, que convida à conversão, se combine com aspetos fundamentais da vida social, de modo a constituir uma unidade coerente. “Sentindo-nos todos peregrinos na terra onde o Senhor nos colocou para a cultivar e guardar (cf. Gn. 2, 15), não deixemos, ao longo do caminho, de contemplar a beleza da criação e cuidar da nossa casa comum”.
Francisco destaca também que a peregrinação, rumo ao Jubileu, poderá reforçar e exprimir o caminho comum que a Igreja é chamada a empreender para ser, cada vez mais e melhor, sinal e instrumento de unidade na harmonia das diversidades.
5. Dedicar o ano de 2024 a uma grande sinfonia de oração
“Neste tempo de preparação, desde já me alegra pensar que se poderá dedicar o ano anterior ao evento jubilar, o 2024, a uma grande «sinfonia» de oração”. “Um ano intenso de oração, em que os corações se abram para receber a abundância da graça, fazendo do «Pai Nosso» – a oração que Jesus nos ensinou – o programa de vida de todos os seus discípulos”.
E o Papa Francisco termina a sua carta dizendo: “peço à Virgem Maria que acompanhe a Igreja no caminho de preparação para o acontecimento de graça que é o Jubileu”.
Para partilhar e conversar:
Aproveitar esta reunião para fazer um contacto mais detalhado com o livro de reuniões, quer quanto ao sentido e alcance dos temas, quer quanto ao uso pastoral de subsídios aqui propostos.