Missionário do Espírito Santo. Trabalha em Roma como Conselheiro Geral da Congregação.

Dez anos em viagem por periferias e margens

Francisco chegou a Roma há dez anos com o passaporte de Jorge Bergoglio. E, quer queiramos quer não, está a fazer uma ’revolução imparável’ na Igreja, como tão bem o mostra o livro de António Marujo e Joaquim Franco. Ninguém é igual a ninguém, mas Francisco dá toques de enorme originalidade.
São dez anos de uma respiração eclesial diferente, com uma aposta clara na sinodalidade (como sinal de abertura à inspiração do Espírito) e no combate sem tréguas a tudo quanto desfigura o rosto da Igreja. Dá uma colaboração gigante na construção de uma Igreja credível, encurtando distâncias entre o dizer e o fazer. Está a provar ao mundo que a Igreja faz falta à humanidade, tentando acreditá-ladentro e fora de portas.

Obrigado, Papa Bento

O mundo inteiro (ou quase) se vergou perante esta grande figura da cultura. Os perfis de uma pessoa nunca garantem a unanimidade dos pareceres e opiniões publicadas, mas considero que o Papa Bento XVI foi a pessoa que o Espírito Santo achou ajustada àqueles tempos pós-João Paulo II, pois permitiu abrir as portas de par em par à chegada do ‘missionário’ Papa Francisco, vindo das terras do fim do mundo – como ele se apresentou, de forma divertida, mas muito séria!

Missão de fazer mais que dizer

A Mensagem para o Dia Mundial das Missões, a celebrar a 23 de Outubro, é forte, provocadora e profunda, como sempre. Lembra que a Igreja é, por natureza missionária e que a identidade da Igreja é evangelizar. Nada de novo. Recorda ainda que não há lugar para franco-atiradores, porque a missão tem de se realizar em comunhão profunda com a comunidade eclesial, pois Cristo mandou os primeiros discípulos ‘dois a dois’.