Missionário do Espírito Santo. Trabalha em Roma como Conselheiro Geral da Congregação.

40 anos de Missão Sem Fronteiras

O passado foi feliz, o presente é desafiante e o futuro tem de ser construído a partir de agora. O mundo está a mudar a alta velocidade e apanhar o comboio da história é missão complexa. As Jornadas Mundiais da Juventude foram uma lufada de ar fresco e os JSF têm de aproveitar este impulso para renovar e continuar a abrir caminhos de fé, solidariedade e fraternidade. Afinal de contas, mantém-se atual a imagem de marca deste Movimento Missionário bem expressa no grande slogan: ‘Estar perto dos que estão longe, sem estar longe dos que estão perto!’.

Abrir portas a todos, apressadamente…

Tal como um maestro, com o coração a bater ao ritmo da alegria do Evangelho, o Papa Francisco fez questão de pôr a multidão de jovens que o esperava na Colina do Encontro a gritar em sintonia: Todos, todos, todos!
E assim estava dado o tom desta grande sinfonia da Jornada Mundial da Juventude, que reuniu em Lisboa milhão e meio de jovens de todo o planeta.

Pré-Jornadas com Missão

Eu também saí da quente Amazónia para me deixar contagiar pela alegria, fé e abertura deste planeta jovem. Como os Espiritanos lançaram o desafio da Família Una, comecei por acompanhar os jovens em pré-Jornadas, espalhados por quatro pólos no norte, tendo como centro as Casas das Comunidades de Braga, Barcelos, Régua e Porto.

O eco dos gritos da Amazónia

A Amazónia que eu visitei vive tempos complicados, mas desafiantes. Percebe-se que o povo amplifica os sonhos do Papa Francisco para a Amazónia: o social, o cultural, o ecológico e o eclesial. Há perspetivas de futuro que se abrem. O povo é feliz e acolhe sempre de braços abertos, como pude verificar em todas as visitas que fiz. E está disposto a defender os rios e as florestas. Com gente feliz e com fé, é sempre possível inventar um mundo melhor.

De Fonte Boa a Panauã e Aratizau

O melhor do mundo são as pessoas. Encontramos gente com Fé, de braços abertos, mas a viver as consequências da distância e do abandono a que as populações ribeirinhas sempre foram votadas. Ali quase ninguém vai, o povo vive da pesca e da floresta, com um grande respeito pelos rios e lagos que os sustentam. Quem ali vai, como eu, percebe melhor o grito do Papa Francisco: ‘Tudo está interligado! É necessário proteger a Mãe-Terra, a nossa Casa Comum!’.

Em Tefé, Amazónia dentro

Levantei voo em Manaus rumo a Tefé, seguindo o Rio Solimões na direção da nascente, entrando no coração da Amazónia. Lá de cima, vê-se bem que é tempo de chuvas, pois as florestas estão alagadas e só se vê água e árvores. Aterrei no Tefé, uma cidade ribeirinha, com um calor abafado e difícil de suportar, a capital da castanha do Pará (como provam as estátuas), construída há 168 anos (como dizem os cartazes), junto ao lago com o mesmo nome, uma espécie de baía do grande Solimões.