Provincial dos Missionários do Espírito Santo em Portugal
No atual contexto da divulgação do Relatório da Comissão independente para o estudo dos abusos sexuais na Igreja Católica, uma intensa atividade de reflexão e debate se tem vindo a realizar no seio da Igreja e da sociedade. Desenvolvendo a este propósito a sua reflexão, o Superior Provincial dos Espiritanos redigiu um comunicado, que aqui publicamos.
Com todos os meus irmãos espiritanos, a todos desejo um Natal cheio do Deus-criança que nos visita para ficar connosco. (P. Pedro Fernandes)
Passámos a Quaresma mergulhada nestes noticiários. Que a grande luz da Páscoa, sinal infalível da vitória do Bem, no reponha no olhar esta certeza maior que nos arranca da aflição e nos devolve à alegria da esperança: Cristo venceu a morte e, nEle e na sua Boa notícia para sempre eficaz, também nós a podemos vencer.
A todos e todas desejo um Natal cheio desta inquietação missionária que fez Deus encarnar; cheio desta ousadia evangélica que enche de alegria todos os seguidores de Jesus. Que 2022 renove em nós, cada vez mais, a gratidão e a audácia da missão!
Em tempos atribulados e desafiantes, como os que vivemos hoje, é particularmente importante não desperdiçar as oportunidades de revisitar a nossa história e de perceber nela as sementes de resiliência e de descoberta de novas oportunidades, que determinaram que fossemos o que somos hoje e que não soçobrássemos na voragem das tempestades destrutivas por que tiveram de passar os nossos antigos.
É Jesus, vencedor de todas as chagas – mesmo das nossas – que conduz o nosso dedo, atentamente, paciente com a nossa lentidão para crer, para que n’Ele descubramos que as nossas feridas podem afinal chegar à vitória sobre o seu próprio absurdo e diluição.
Se conseguirmos viver isto de tal maneira que as nossas vidas, de espiritanos professos e de espiritanos leigos, se torne música para os ouvidos frágeis de um mundo ruidoso, parece-me que já teremos correspondido ao que o Espírito pede à Igreja, em tempo de Pentecostes!
Os últimos dias têm sido marcados por notícias aflitivas vindas de Moçambique. Vivi e trabalhei neste país durante bastantes anos, provavelmente os melhores da minha vida. Ver o sofrimento extremo em que, inesperadamente, se viu mergulhado o “meu povo” é-me particularmente doloroso.