A semana D
Mesmo nas circunstâncias especialíssimas que estamos vivendo, nas quais cada dia aparece como mera repetição dia anterior, somos convidados a viver de forma diferente esta semana, designada como “Semana Santa”, “Semana Maior”
Missionários do Espírito Santo em Portugal
Mesmo nas circunstâncias especialíssimas que estamos vivendo, nas quais cada dia aparece como mera repetição dia anterior, somos convidados a viver de forma diferente esta semana, designada como “Semana Santa”, “Semana Maior”
São bem ousadas as imagens e comparações pelas quais a Palavra do Senhor deste domingo nos fala do quanto o Senhor quer fazer por cada um e cada uma de nós, filhos seus: elas roçam mesmo as fronteiras do inverosímil e do impossível.
Aproveitemos este tempo da Quaresma, em quarentena forçada, para uma consulta – ainda por cima, gratuita e sem necessidade de deslocações – no verdadeiro Oftalmologista, que é Cristo, para melhorarmos a qualidade da nossa visão, tantas vezes enfraquecida pelos condicionantes esquemas das nossas certezas, do nosso comodismo, dos nossos interesses e dos jogos de equilíbrio em que facilmente caímos.
Pra quê teimarmos em saciar a nossa sede em águas estagnadas e poluídas, quando, bem perto de nós, correm “rios de água viva”, dos quais Deus nos garante: “tirareis com alegria as águas da salvação” (Is.12,3)?
Resistir às tentações é, no fundo e como vimos no passado domingo, recusar a autonomia e a autodeterminação de que tanto gostamos, para reconhecer Deus como o único senhor absoluto da nossa vida, aceitando deixar-se guiar e conduzir por Ele.
Sendo a Quaresma o tempo favorável no qual Deus nos convida à conversão, pena seria que o desperdiçássemos. Só com uma total insensibilidade à Palavra de Deus é que tal poderá acontecer, pois não há tempo litúrgico tão bem trabalhado para que, guiados por ela, cheguemos à Páscoa da Ressurreição.
Este título foi escolhido não por referência ao conjunto musical por este nome conhecido, mas porque ele reflete a nossa condição de cristãos: santificados pela presença em nós da Santíssima Trindade, a partir do Batismo, continuamos também habitados pelo pecado. Daí que S. Paulo prefira mais o termo ‘santificação’, que nos aponta para uma caminhada, para um processo a ser realizado ao longo de toda a nossa vida.
Somos chamados a ser sal da terra e luz do mundo, pois é deste sal e desta luz que o mundo de hoje mais precisa! Disponhamo-nos a dar a volta à nossa fé e às nossas vidas!
À semelhança de Simeão e de Ana, precisamos de ter um coração de pobre, sensível e atento às moções do Espírito Santo, prontos para alegremente abraçarmos o projeto de Deus sobre cada um de nós
Possa o domingo dedicado à Palavra fazer crescer no povo de Deus uma religiosa e assídua familiaridade com as sagradas Escrituras, tal como ensinava o autor sagrado já nos tempos antigos: esta palavra “está muito perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a praticares” (Dt 30, 14).