O eco dos gritos da Amazónia

A Amazónia que eu visitei vive tempos complicados, mas desafiantes. Percebe-se que o povo amplifica os sonhos do Papa Francisco para a Amazónia: o social, o cultural, o ecológico e o eclesial. Há perspetivas de futuro que se abrem. O povo é feliz e acolhe sempre de braços abertos, como pude verificar em todas as visitas que fiz. E está disposto a defender os rios e as florestas. Com gente feliz e com fé, é sempre possível inventar um mundo melhor.

De Fonte Boa a Panauã e Aratizau

O melhor do mundo são as pessoas. Encontramos gente com Fé, de braços abertos, mas a viver as consequências da distância e do abandono a que as populações ribeirinhas sempre foram votadas. Ali quase ninguém vai, o povo vive da pesca e da floresta, com um grande respeito pelos rios e lagos que os sustentam. Quem ali vai, como eu, percebe melhor o grito do Papa Francisco: ‘Tudo está interligado! É necessário proteger a Mãe-Terra, a nossa Casa Comum!’.

Em Tefé, Amazónia dentro

Levantei voo em Manaus rumo a Tefé, seguindo o Rio Solimões na direção da nascente, entrando no coração da Amazónia. Lá de cima, vê-se bem que é tempo de chuvas, pois as florestas estão alagadas e só se vê água e árvores. Aterrei no Tefé, uma cidade ribeirinha, com um calor abafado e difícil de suportar, a capital da castanha do Pará (como provam as estátuas), construída há 168 anos (como dizem os cartazes), junto ao lago com o mesmo nome, uma espécie de baía do grande Solimões.

Sozinhos, nunca!

O I Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana, com o tema ‘Not Alone – Não sozinhos’, reuniu milhares de jovens e menos jovens que responderam ‘sim’ ao convite do Papa para uma celebração muito especial, com o objetivo de relançar o sonho de fraternidade do Papa Francisco que publicou, em 2020, a encíclica ‘Fratelli Tutti’ onde critica o regresso de certos populismos, do racismo e discursos de ódio, quase sempre amplificados pelos media e redes sociais

Obrigado, Papa Bento

O mundo inteiro (ou quase) se vergou perante esta grande figura da cultura. Os perfis de uma pessoa nunca garantem a unanimidade dos pareceres e opiniões publicadas, mas considero que o Papa Bento XVI foi a pessoa que o Espírito Santo achou ajustada àqueles tempos pós-João Paulo II, pois permitiu abrir as portas de par em par à chegada do ‘missionário’ Papa Francisco, vindo das terras do fim do mundo – como ele se apresentou, de forma divertida, mas muito séria!