O amor está no ar! Em Portugal, e noutros países, o Dia dos Namorados, celebra-se a 14 de fevereiro. É celebrado no dia da morte de um bispo chamado Valentim, por isso, a data é conhecida como o Dia de São Valentim.
Esta data pode ser inspiradora e cheia de romantismo, mas os discípulos de Jesus Cristo são desafiados a muito mais do que um jantar, um ramo de flores ou qualquer programa a dois…
No capítulo 6 do Evangelho de Lucas, depois das Bem-aventuranças, Jesus exorta longamente os seus discípulos a que respondam ao ódio com amor (Lucas 6,27-35). As palavras de Jesus indicam duas maneiras de viver. A primeira é a dos «pecadores», dito de outra forma, dos que se comportam sem referência a Deus e à sua Palavra. Esses agem em relação aos outros em função da maneira como eles os tratam, a sua ação é de facto uma reação. A outra forma de viver põe em primeiro lugar o próprio Deus. Pois Deus, por seu lado, não reage de acordo com a maneira como o tratam; pelo contrário, «Ele é bom até para os ingratos e os maus» (Lucas 6,35).
A um fundamentalismo e nacionalismos doentios crescentes, na encíclica Fratelli Tutti, sobre a fraternidade e a amizade social, o Papa Francisco convida-nos a sonhar juntos e a enfrentar as sombras dos conflitos, as sombras de um mundo fechado. Fala inclusive do segredo da existência humana autêntica: «a vida subsiste onde há vínculo, comunhão, fraternidade; e é uma vida mais forte do que a morte, quando se constrói sobre verdadeiras relações e vínculos de fidelidade. Pelo contrário, não há vida quando se tem a pretensão de pertencer apenas a si mesmo e de viver como ilhas: nestas atitudes prevalece a morte».
Neste mundo abalado pela pandemia e dilacerado por flagelos como as guerras e a pobreza, carregamos como cristãos uma marca, a da ousadia do amor. Somos exortados a agir juntos, para “reavivar entre todos uma aspiração mundial de fraternidade”. “Sonhemos” – escreve o Papa – “como uma só humanidade, como viajantes feitos da mesma carne humana, como filhos desta mesma terra que acolhe todos nós, cada um com a riqueza de sua fé ou convicções, cada um com sua própria voz, todos irmãos! Diante de “várias formas atuais de eliminar ou ignorar os outros”, o convite do Pontífice é “reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite às palavras”. O Papa exorta a abrir caminhos de fraternidade, a “ir além das distâncias devidas à origem, nacionalidade, cor ou religião”.
Vamos amar pelos dois?