Tomaram posse no passado dia 31 de janeiro os órgãos sociais do CEPAC – Centro Padre Alves Correia para o triénio 2020-2022.
Na Direção, exercem agora funções o Pe. Hugo Ventura como presidente, o Pe. José de Sousa como tesoureiro, Helena Oliveira como secretária, Mariana Hancock e Irene Trindade como vogais. E no Conselho Fiscal, o Pe. Casimiro Oliveira como presidente, o Pe. João Mónico como secretário e Luciano Matias como relator.
Na presença do Superior da Província da Congregação do Espírito Santo, Pe. Pedro Fernandes, e dos colaboradores da instituição, os membros da Direção e do Conselho Fiscal assumiram o compromisso de cumprir as suas funções e dignificar o CEPAC.
Em nome dos colaboradores e voluntários da instituição, dou as boas vindas à nova equipa e dirijo uma palavra de profundo reconhecimento e gratidão aos membros dos órgãos sociais que terminam agora os seus mandatos, de forma particular ao Pe. Nuno Rodrigues, à Sandra Ferreira e ao Rui Branco, que se entregaram durante os últimos anos a esta obra com profissionalismo, dedicação e grande espírito de serviço. Eles marcam um período de trabalho rigoroso pela melhoria da qualidade dos serviços prestados, que se traduziu na expansão das respostas e serviços prestados e no aumento significativo do número de pessoas apoiadas pela instituição.
Centro Padre Alves Correia
Esta obra espiritana, criada em 1992 por iniciativa e sob a responsabilidade da Província Portuguesa da Congregação do Espírito Santo para acolhimento e apoio a imigrantes e outras populações em situações de exclusão social, procura ajudar os seus beneficiários a serem capazes de assumir a sua própria integração social, económica e religiosa.
Uma instituição que conta já com 27 anos de história e que se tem vindo a afirmar como uma resposta eficaz e digna a todos os que procuram (re)construir as suas vidas marcadas tantas vezes por doenças graves, conflitos armados e graves crimes de violação dos direitos humanos, nos seus países de origem e no país que os acolhe: Portugal.
O CEPAC é hoje reconhecido por instituições governamentais, municipais e locais como uma incontornável resposta no apoio aos migrantes no seu processo de regulamentação documental, formação, capacitação e integração no mercado de trabalho, apoio social e de saúde.
Com uma média superior a 1300 atendimentos por mês, o CEPAC é muitas vezes a única resposta para cerca de 500 famílias e mais de 1250 pessoas.
Um trabalho que só é possível graças ao profissionalismo e compromisso dos 13 colaboradores e mais de 40 voluntários (muitos deles pertencentes à família espiritana) que todos os dias se dedicam a fazer desta casa um projeto de esperança.
O CEPAC conta com o financiamento do Instituto da Segurança Social, da Câmara Municipal de Lisboa e de outras entidades privadas. Sendo este financiamento manifestamente insuficiente para garantir o funcionamento desta resposta social, e num período em que assistimos a um desinvestimento nas políticas públicas dirigidas a estes públicos, o CEPAC conta ainda com o apoio de mecenas e benfeitores. É o caso de muitos leigos espiritanos, membros de movimentos como a LIAM, MOMIP, ASES, JSF que, em resposta às campanhas solidárias lançadas anualmente, veem os seus nomes associados ao do Pe. Alves Correia, na promoção da dignidade dos mais pobres. A todos eles, bem-haja!
A nova direção inicia funções num tempo em que assistimos à edificação de novos muros na Europa e no mundo e em que somos chamados a ser “homens de Deus e homens do povo”; num tempo em que é urgente e exigente que o cristão não tenha medo de ser incómodo, como foi o Pe. Alves Correia, servidor da verdade e da justiça, defensor da dignidade e dos direitos do Homem, nunca se deixando cegar ou intimidar pelos poderes políticos, económicos ou ideológicos. Um defensor dos migrantes, dos excluídos, dos sem voz, dos que hoje o Papa Francisco denomina de “periferias” da sociedade, que não se limitou a ver as periferias, mas mergulhou nelas, vivendo, sentindo e testemunhando na primeira pessoa o que representa estar “à margem”. Ele que foi verdadeiramente um “pastor com cheiro a ovelhas”, defensor dos pobres, e avesso às respostas assistencialistas que em nada dignificam o ser humano, defendeu sempre a criação de soluções promotoras da capacitação e promoção dos mais pobres, construindo oportunidades de empregabilidade e de serviço digno à sociedade.
Nada o fazia demover da sua missão, e esta foi uma das marcas que deixou bem presente na vida da Congregação, personificada no CEPAC, e que a nova Direção da instituição quer manter bem viva.
Acolher, proteger, promover e integrar
Construir Esperança, promovendo a dignidade humana, a igualdade de oportunidades e o cuidado da Casa Comum, é a Visão do Centro Padre Alves Correia (CEPAC) para o triénio 2020-2022.
Uma VISÃO que se concretiza no trabalho que realizamos essencialmente com pessoas e famílias que, tendo escolhido ou sido forçadas a deixar os seus países de origem, se encontram mais vulneráveis ou excluídas, sobretudo as que se encontram em situação documental irregular; mas também com outras pessoas que estejam numa situação de carência e fragilidade, mediante análise e avaliação de cada situação, para encontrar a melhor resposta e acompanhamento possíveis.
Um TRABALHO que se traduz no acolhimento, na escuta ativa e no apoio concreto às necessidades dos que nos procuram, e que são cada vez em maior número, com o objetivo de contribuir para o seu bem-estar e integração social e comunitária, construindo, com cada uma das pessoas que chegam ao CEPAC, um projeto de vida que sustente o seu desenvolvimento integral.
Um OBJETIVO que se alcança com respeito pela dignidade e individualidade de cada pessoa, promovendo o acesso a bens e serviços essenciais, como a educação, a saúde física e mental, o trabalho e o alojamento, a proteção dos seus direitos e o envolvimento e participação na comunidade.
Um COMPROMISSO que assumimos com a consciência de que há valores comuns a todas as culturas, porque radicados na natureza da pessoa, que tornam possível um diálogo construtivo. São os valores da Solidariedade, da Paz e da Vida, no respeito por todos.
VALORES COMUNS que podem ser mais bem potenciados num trabalho em parceria e cooperação devidamente articulado e coeso, tendo em atenção as responsabilidades, capacidade de resposta e especificidade de cada interveniente.
Fazendo CAMINHO, dia a dia, com o espírito de serviço, responsabilidade e entrega que define a equipa de profissionais e de voluntários dedicada à Missão do Centro Padre Alves Correia.
Honrando o trabalho de quem nos antecedeu, queremos ser capazes de inovar, de aprender, de garantir e alargar as respostas e de mobilizar cada vez mais pessoas e organizações para este desafio de CONSTRUIR ESPERANÇA.
A Direção,
Pe. Hugo Ventura | Pe. José de Sousa | Helena Oliveira | Mariana Hancock | Irene Trindade