Se formos a um dicionário rapidamente aparecem várias definições sobre esta palavra. Vontade significa desejo, aspiração, gosto, interesse, propósito. E muitos mais sinónimos poderíamos trazer à nossa reflexão.
Isto vem a propósito do facto de encontrar muitos cristãos e liamistas que me dizem abertamente que não tem vontade; que não tem forças; que não lhes apetece fazer nada; que acham que já fizeram o suficiente e agora os outros que façam… enfim, tudo sintomas de desânimo psicológico, físico e acima de tudo espiritual. Quando nos falta a vontade de, falta-nos tudo. Já perdemos o essencial da nossa vivência cristã que é o ânimo e a motivação interior para nos movermos por causas e por objectivos.
Na nossa acção pastoral e missionária precisamos de ter vontade e acima de tudo capacidade de nos movermos em prol do outro. Ninguém consegue estar ao serviço, se não tiver vontade para tal. Ninguém consegue entregar-se, de alma e coração, ao próximo e ao serviço do Reino de Deus se não for voluntarioso.
A força de vontade tem certa componente espiritual, pois não se pode medir de maneira alguma nem avaliá-la a partir de uma perspectiva objectiva ou científica. Apesar disso, é um conceito que expressa a vitalidade humana, a sua capacidade de transformar algo e de combater a resignação.
Pois bem, sem vontade não vamos a lado nenhum. E aqui temos de lutar pela medida mais alta como nos apelam os Evangelhos. Não sermos minimalistas ou fazer as coisas pela metade. Antes pelo contrário, temos de ser maximalistas.
Assim, a nossa acção pastoral e missionária adquirem outra força e outra riqueza. Só com vontade pessoal e de grupo é que conseguiremos atingir os nossos objectivos de evangelização. Esta não se compadece com mediocridade, com almas tíbias e desalentadas. Antes pelo contrário, se queremos uma acção evangelizadora ousada e profética temos de fazer das nossas tripas coração, ou seja, de darmos o nosso máximo e de nunca nos deixarmos tolher por medos, receios, desconfianças e comodismos.
Para uma nova evangelização, novas posturas e novos desafios. A começar pela nossa força de vontade.