O outubro missionário extraordinário, que acabamos de celebrar, assinalou o centenário da promulgação da Carta Apostólica ‘Maximum Illud’, com a qual, Bento XV, em 1919, quis dar novo impulso à responsabilidade missionária de anunciar o Evangelho e reforçar na Igreja a consciência do dever missionário.
O Papa Francisco assumiu, com clareza, a razão de ser da deste outubro missionário extraordinário: despertar em medida maior a consciência da ‘missio ad gentes’ e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral. Por isso ele fez questão de ir buscar algumas convicções que já tinha expresso na exortação apostólica pós-sinodal ‘Evangelii Gaudium’: a ação missionária é o paradigma de toda a obra da Igreja ; não temamos empreender uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à auto-preservação.
Terá sido dentro destes objetivos que se inscreveu a celebração deste outubro missionário extraordinário para o qual fomos convocados pelo Papa Francisco e deste ano missionário proclamado pelos bispos portugueses? Claramente a urgência e premência dos objetivos propostos, é para continuar, para além deste mês e deste ano. É que nestes nossos dias, dilacerados pelas tragédias da guerra e insidiados pela funesta vontade de acentuar as diferenças e fomentar os conflitos, é imperioso levar a todos, com renovado ardor, confiança infinita e fecunda esperança, a Boa Nova de que, em Jesus, o perdão vence o pecado, a vida derrota a morte e o medo triunfa sobre a angústia.
Queremos crer que este outubro missionário é sem fim e queremos ter nele uma fonte de inspiração e de graça fecunda para promover iniciativas e intensificar de modo particular a oração – alma de toda a missão –, o anúncio do Evangelho, a reflexão bíblica e teológica sobre a missão, as obras de caridade cristã e as ações concretas de colaboração e solidariedade entre as Igrejas.