Missionário do Espírito Santo a trabalhar em Portugal.
Aconteceu também noutros lugares, garantem escritos antigos. Mas o caso que me traz aqui passou-se na cozinha. Ninguém sabe dizer ao certo quem começou com a discussão, só ficou registado que os equipamentos e utensílios se envolveram numa disputa acerca de quem devia ocupar a chefia daquela república da cozinha.
Eu sei, a Palavra de Deus acolhe-se, não se inventa. Por isso reclamo, não acrescento. Mas, por razões que eu cá sei, gostava que Jesus tivesse deixado uma parábola em que falasse da escolha da madeira, da arte de usar a plaina e o formão, do esquadro e do serrote. Não era necessário, mas eu gostava. E os carpinteiros também.
Uma escola de samba quer desfilar com a imagem de Cristo Redentor. Na véspera, um tribunal proíbe. O Cristo sai na mesma na Sapucaí, mas todo tapado. Visível, só uma facha que reza: “Mesmo proibido, olhai por nós”.
Quanto à pregação não sei, mas com a gastronomia há um risco: ter um empratamento criativo e inesquecível, mas ficar com fome.
Pousemos o copo e aprendamos com os bois. Uns que sobem e outros que querem descer, se o caminho é o mesmo e estreito o escornar é consequência.