Deve ser uma “fake news”, como agora se diz das mentiras de sempre. O caso passou-se nos Estados Unidos, onde um bispo, visitando um colégio católico, explicou aos alunos que o Pai Natal não existe, mas é um personagem que foi criado a partir da história de São Nicolau. Os pais, diz a notícia, ficaram furiosos pelo Bispo ter dito que o Pai Natal não existe e a polémica instalou-se nas redes sociais. A diocese de Belleville teve de fazer um comunicado para acalmar a fúria dos pais e as lágrimas dos filhos. É claro que o bispo foi desamigado no Facebook, era o mínimo que se podia fazer. A notícia não traz este dado, mas o jornalismo também já não é o que era.
Num caso como este, valha-nos São Nicolau. Esse mesmo, o que inspirou a figura do Pai Natal. Foi bispo de Myra, na Turquia, e a sua memória é celebrada a 6 de dezembro, dia da sua morte no ano de 342. Deixemos por agora os muitos milagres que fez, e que São João Crisóstomo e São Boaventura narram nos seus escritos. Que era muito amigo das crianças e distribuía presentes, garante a tradição.
No tempo da perseguição do imperador Diocleciano recusou-se a abandonar a fé cristã, pelo que foi desamigado pelo imperador, o que naquele tempo não era ser cortado no Facebook mas integrado no calabouço. Aí permaneceu preso vários anos. Foi libertado mais tarde pelo imperador Constantino. No Concílio de Niceia defendeu com tanto entusiasmo o Credo que chegou a esbofetear um opositor que defendia a heresia ariana. É claro que foi desamigado pelos demais, sendo-lhe retirado o pastoreio da diocese, que porém recuperou pouco tempo depois. Diz a lenda, não confirmo nem desminto.
Voltemos atrás, aos alunos que não querem despedir o Pai Natal. Talvez o bispo de Belleville não tenha dito que São Nicolau também é padroeiro dos estudantes. A sua vida chegou até nós embrulhada em muitas lendas, mas não é lenda que foi intransigente na defesa da verdade. Estou em crer que, na época, ensinar a verdade era o melhor presente para um estudante.
Num caso como este, valha-nos São Nicolau. Esse mesmo, o que inspirou a figura do Pai Natal. Foi bispo de Myra, na Turquia, e a sua memória é celebrada a 6 de dezembro, dia da sua morte no ano de 342. Que era muito amigo das crianças e distribuía presentes, garante a tradição.
“Crónica” é uma rubrica mensal do jornal “Ação Missionária“, pelo P. Aristides Neiva