Abrir portas a todos, apressadamente…
O Parque Eduardo VII encheu-se de cor e de festa para a Missa de Abertura das Jornadas Mundiais da Juventude, nesta edição de Lisboa. Era terça-feira e o sol estava ainda alto e agressivo. Todos os caminhos de Portugal e do mundo desembocaram ali, nesta parte emblemática da capital, marcada pelo verde das árvores e das relvas e pela beleza de uma paisagem em forma de anfiteatro, numa descida que desemboca lá bem longe, ao fundo, no Rio Tejo, depois de percorrida a Avenida da Liberdade, o Rossio e a Praça do Comércio. Esta celebração inicial pôs fim às Pré-Jornadas e anunciava a chegada do Papa e a concentração em Lisboa de cerca de um milhão e meio de jovens.
A festa da Abertura das JMJ
A animação musical tinha o altar-palco por epicentro e os jovens iam abanando as bandeiras dos seus países e movimentos juvenis, bem como cantando e dançando, enchendo de colorido e festa o Parque e a Avenida.
D. Manuel Clemente, na hora da despedida como Patriarca de Lisboa, presidiu, dando exuberantes boas-vindas a todos e explicando o lema destas JMJ, inspirado no texto bíblico da visita de Maria à sua prima Isabel. ‘Maria pôs-se a caminho’, como os jovens o fizeram também para chegar ali. Lembrou que este caminho foi difícil ‘pela distância, as ligações e os custos que a viagem envolveu’. Os jovens que ali estavam tinham a obrigação de agradecer as ondas de solidariedade criadas durante o tempo de angariação dos fundos necessários. O cardeal-Patriarca aproveitou para pedir aos jovens mais realidade e menos virtualidade, mais presença física e fraterna e menos mediação de écrans, porque ‘a virtualidade mantém-nos sentados’ e há que levantar-se e partir! Maria dá-nos o exemplo da ‘urgência do anúncio, do testemunho e da visita permanente aos outros’. Partindo com pressa, Maria mostrou que não sofria de ansiedade, consciente de que esta visita à prima ‘é uma urgência serena e sem atropelos’.
A Cidade da Alegria, os Rise-Up, os Festivais
As manhãs de quarta, quinta e sexta foram de ‘Rise Up’, uma nova fórmula para apresentar os momentos de formação, encontro, partilha e celebração, feitos por grupos linguísticos, em dezenas de espaços entre Lisboa, Santarém e Setúbal. A partilha teórica foi sempre assegurada por um bispo que abordou os temas atuais e delicados da ecologia integral, da amizade social e da fraternidade universal. Os encontros terminaram sempre com a celebração da Eucaristia.
‘Festival da Juventude’ agendou mais de 500 eventos culturais que preencheu os dias e as noites dos jovens. A programação foi plural, permitindo uma difícil escolha, mas os espaços que visitei estavam todos cheios e com excelente qualidade e muita animação.
Em Belém, nos jardins em frente aos Jerónimos, foi construída a Cidade da Alegria com duas ‘fontes’: o Perdão, com dezenas de confessionários feitos por reclusos, onde o Papa, bispos e padres celebraram com os jovens o sacramento da Reconciliação. A outra ‘nascente’ foi a Feira Vocacional onde era bem visível o rosto plural da Igreja, pois Institutos, Movimentos e Instituições ali animaram stands para dar a conhecer, de forma criativa e ousada, a missão que realizam e, sobretudo, mantiveram sempre pessoas para interagir com os milhares de jovens que por ali passaram.
O Papa cumpre o ‘até Lisboa!’
O Papa Francisco aterrou em Lisboa quando acontecia, no Centro de Imprensa destas JMJ, uma conferência de imprensa com a Irmã Nathalie Bécquart, sub-secretária do Sínodo dos Bispos e o Irmão Alois, Prior de Taizé. Ambos falavam aos jornalistas sobre a importância do caminho sinodal. Parou tudo e ouviu-se o enorme aplauso das centenas de jornalistas ali presentes, logo que os ecrans da sala mostraram o avião azul da ITA já parado no aeroporto. Após tantas notícias sobre o estado de saúde do Papa, eis que chega a Lisboa para cumprir o prometido e tornar possíveis estas JMJ. Percebeu-se una sensação de alívio destes profissionais dos media que sabiam que sem Papa não há Jornadas, pois não existe um plano B!
Cidade que abraça e acolhe
Com Francisco em Lisboa, o epicentro destas JMJ será marcado pelos seus gestos e as suas palavras. No Centro Cultural de Belém, às autoridades e corpo diplomático, o Papa começou por chamar a Lisboa ‘cidade do encontro que abraça vários povos e culturas e que, nestes dias, se mostra ainda mais universal’. Depois, citou Camões, Amália Rodrigues, José Saramago, Fernando Pessoa e Sophia, nomes grandes da história da literatura e da cultura portuguesas. Citou extratos do Tratado de Lisboa, da reforma da União Europeia onde aparecem questões cruciais como ‘a paz, a segurança, o desenvolvimento sustentável do planeta, a solidariedade e o respeito mútuo entre os povos, o comércio livre e equitativo, a erradicação da pobreza e a proteção dos direitos humanos’. Condenou todos os atentados à vida. Porque, ‘no oceano da história, estamos a navegar num momento tempestuoso e sente-se a falta de rotas corajosas de paz’, o Papa apelou ao cumprimento do ‘sonho europeu’ acabando com a guerra na Ucrânia e outras formas de violência que ensanguentam o mundo. Pediu ainda a globalização da solidariedade, na partilha de bens e tecnologias.
Lembrou que ‘há uma maré de jovens que se espraia sobre esta cidade acolhedora(…). Jovens provenientes de todo o mundo que cultivam anseios de unidade, paz e fraternidade e desafiam-nos a realizar os seus sonhos bons’. Não gritam com raiva, mas partilham a esperança do Evangelho. Não se pode apenas ‘respirar um clima de protesto e insatisfação’, porque isso é ‘terreno fértil para populismos e conspirações’.
No fim, o Papa falou dos três estaleiros de construção da esperança: o ambiente – há que defender a criação, a nossa casa comum; o futuro – são os jovens, que é necessário educar e apoiar numa comunhão intergeracional; a fraternidade – cultivando a vizinhança e a solidariedade, fazendo ‘tanto bem mesmo longe dos holofotes’.
Fazer-se ao largo, sem desfalecer
O Mosteiro dos Jerónimos acolheu a Oração de Vésperas com Agentes Pastorais. D. José Ornelas, Presidente da Conferência dos Bispos de Portugal, na saudação ao papa, falou do desejo de que ‘esta convergência de jovens, marcada pelo encontro com Cristo, os leve a entender e sonhar o sonho de Deus e a encontrar caminhos de participação alegre, generosa e transformadora, na Igreja e em toda a humanidade’.
O Papa, comentando a vocação dos Apóstolos, citou o primeiro grande momento destes pescadores que ‘cansados por nada terem pescado, desceram do barco para lavar as redes’. É neste contexto de trabalho quotidiano que Jesus chama os primeiros discípulos. Este é, muitas vezes, o cansaço dos missionários hoje, com muito trabalho e poucos resultados. Cristo vê a desilusão destes pescadores e manda-os de volta ao barco e pede-lhes que lancem de novo as redes. Há que ‘fazer-se ao largo!’, como bem explicam as palavras e a vida do P. António Vieira e S. João de Brito.
Mas, não podemos ‘ir pescar sozinhos’. Precisamos de anunciar o Evangelho juntos: ‘A Igreja é sinodal, é comunhão, ajuda mútua, caminho comum’. Sempre com a convicção de que ’na barca da Igreja, deve haver lugar para todos’. Os cristãos têm de ser ‘pescadores de pessoas’, olhando também para testemunhos eloquentes como o de Santo António, ‘apóstolo incansável, pregador inspirado, discípulo do Evangelho atento aos males da sociedade e cheio de compaixão pelos pobres’.
O tema dos abusos foi abordado pelo Papa em diversos momentos e marcado pelo encontro que ele manteve com pessoas vítimas.
Educação para empreender sonhos
A Universidade Católica abriu as portas ao Papa. A Reitora, Isabel Capeloa Gil, foi clara: ‘somos uma universidade em saída’(…), ‘orgulhamo-nos do trabalho com jovens em situação de fragilidade social, económica, migrantes e refugiados’, ‘a Universidade é, por definição, um espaço de busca, de diálogo e de acolhimento’. Anunciou a criação de uma nova cátedra ‘Economia de Francisco e de Clara’.
O Papa pediu desconfiança às ‘fórmulas pré-fabricadas’ e às ‘propostas que oferecem tudo sem pedir nada’. Temos que nos sentir inquietos e em permanente estado de busca: ‘não nos alarmemos se nos encontramos intimamente sedentos, inquietos, incompletos, desejosos de sentido e de futuro, com saudades do futuro’. Não podemos aceitar substituir a estrada por uma estação de serviço que dê a ilusão do conforto: ‘procurai e arriscai!’, ‘sede coreógrafos da dança da vida!’, não sejam ‘administradores de medos, mas empreendedores de sonhos!’. Os universitários são chamados a transformar o mundo, a proteger a casa comum, sendo ‘protagonistas da mudança’. Francisco elogiou as intervenções dos quatro jovens que apresentaram facetas plurais do ambiente que se vive na Universidade Católica.
Cidadania inclusiva
Cascais foi a etapa seguinte, a caminho da sede da Scholas Occurrentes, uma iniciativa lançada pelo Papa quando era Arcebispo de Buenos Aires, com o objetivo de envolver a comunidade humana num projeto educativo global pois – como disse José Maria Corral, Presidente, ‘uma educação que não gera sentido, gera violência, guerra e exclusão’. Durante alguns meses, jovens pintaram um mural de 3,5 kms que serviu de ilustração das barreiras de protecção nos últimos kms do percurso do Papa. A última pincelada seria dada por Francisco no fim do encontro. O momento foi informal com três jovens a fazer perguntas ao Papa: um guineense muçulmano, uma portuguesa católica e um brasileiro evangélico, mostrando bem o perfil desta instituição. O Papa ofereceu um quadro com a parábola do Bom Samaritano: ninguém está dispensado de o ser. Na vida, é preciso sujar as mãos para não sujar o coração!
Acolhimento ao Papa do ‘todos!’
Forte e eletrizante foi a Cerimónia de Acolhimento ao Papa, no Parque Eduardo VII. Foi o primeiro encontro, com a presença de mais de meio milhão de jovens, evento em que só entrava quem tinha crachá de inscrição nestas JMJ. Houve festa desde muito cedo, com bandas no palco e galvanizar os jovens que iam chegando. Uma coreografia encheu o palco de jovens, que dançaram ao ritmo acelerado das músicas. Uma Irmã entregou ao Papa um caixote de cartas, simbolizando as centenas que chegam todos os dias a Roma. Depois, o colorido tomou conta do parque com a dança ao vento das bandeiras dos países de todos os jovens presentes. Um ‘GO’ (ide) concluiu a encenação, com um envio em Missão.
Momento cultural intenso foi o fado ‘Foi Deus’ (imortalizado por Amália) cantado por Marisa; depois veio o Cante Alentejano com Nossa Senhora do Carmo e, por fim, Tiago Bettencourt a cantar a ’viagem’. Também o chão tinha marcas de tradição popular portuguesa com longos e coloridos tapetes de flores.
A intervenção do Papa começou com o elogio da alegria barulhenta, mas contagiante dos jovens. Lembrou que ‘cada um/a é obra-prima única e original de Deus’. ‘Nenhum é número, mas é um rosto’ – completou de improviso – dizendo ainda: ‘Somos amados como somos, sem maquilhagem!’. Voltou a pedir que ninguém faça da Igreja uma alfandega porque ‘na Igreja há espaço para todos e, quando não houver, por favor, façam com que haja, mesmo para quem erra, para quem cai, para quem sente dificuldade (…). O Senhor não aponta o dedo, mas alarga os braços; não fecha a porta, mas convida a entrar (…), ‘não chama aqueles que se sentem capazes, mas torna capazes aqueles que chama’. Insistiu e pediu: ‘repitam comigo: todos, todos, todos!’.
Por fim, o Papa voltou ao tema das JMJ e disse: ‘Dispomos de uma grande ajuda – uma Mãe –que, especialmente nestes dias, nos toma pela mão e indica o caminho: Maria. É a maior criatura da história! E não porque tivesse uma cultura superior ou habilitações especiais, mas porque nunca se separou de Deus. O seu coração não se deixou distrair nem poluir: foi um espaço aberto ao Senhor, sempre a ele conectado. Teve a coragem de se aventurar pelos caminhos da palavra de Deus e, assim, trouxe esperança ao mundo’.
Tal como um maestro, com o coração a bater ao ritmo da alegria do Evangelho, o Papa Francisco fez questão de pôr a multidão de jovens que o esperava na Colina do Encontro a gritar em sintonia:
Todos, todos, todos!
E assim estava dado o tom desta grande sinfonia da Jornada Mundial da Juventude, que reuniu em Lisboa milhão e meio de jovens de todo o planeta.
Nojo da pobreza alheia
A sexta-feira do Papa começou no Parque do Perdão com a celebração do sacramento da Reconciliação a 3 jovens. Depois, rumou ao Bairro da Serafina, na periferia pobre desta capital, lá onde a Igreja tem investido numa pastoral social competente e comprometida, sob a liderança do Padre Crespo, o pároco local. Neste encontro com gente simples e pobre, o Papa perguntou: ‘tenho nojo da pobreza dos outros?’ Elogiou o compromisso social como imagem de marca de uma Igreja que não é um museu de arqueologia e, por isso, tem que agir, não tendo medo de ‘sujar as mãos’. Pediu a todos que ousassem deixar uma marca por onde passam e gritou: ‘Sigam em frente, não desanimem!’.
Abraçar e atacar fragilidades
A Via-Sacra, ‘sinal do amor sem medida’, foi dos momentos mais vividos e aplaudidos destas JMJ. Só ali se percebeu para que servia aquela estrutura metálica enorme colocada atrás do altar. Esta celebração presidida pelo Papa no último evento do Parque Eduardo VII foi acompanhada de coreografias e músicas que encheram de movimento e cor este espaço. Seguindo os 14 passos desta ‘viagem final’ que culminaram com a morte de Cristo, esta Via Sacra agarrou 14 das fragilidades que afetam os jovens hoje: pobreza, violência, solidão, falta de compromisso, intolerância, individualismo, falta de saúde mental, destruição da criação, dependências, incoerência, crises humanitárias, produtivismo, desinformação-infoxicação, medo do futuro. Assim se pretendeu abraçar o futuro, enfrentar os desafios com e como Jesus, juntos, solidariamente. Há que ser – disse o Papa – ‘profetas apaixonados do Evangelho, testemunhas ousadas de esperança’. Belas e provocadoras foram as palavras do P. Nuno Tovar de Lemos, as telas do P. Nuno Branco e as coreografias de Matilde Trocado, com o seu ‘Ensemble 23’, o grupo de 50 jovens de 22 países que tem atuado nos momentos centrais das JMJ.
No colo da Mãe
300 mil pessoas acolheriam em Fátima o Papa Francisco que foi rezar ao colo da Mãe. O Rosário ali recitado deu protagonismo a pessoas com deficiências, a reclusos e a doentes, numa das habituais saídas do Papa até às periferias da humanidade, lá onde a exclusão impera e onde é preciso voltar a gritar que ‘a Igreja tem as portas abertas a todos!’
Em nome dos mais frágeis
O Gabinete Diálogo-Proximidade foi sempre muito ativo durante a preparação das Jornadas, velando para que a ‘Laudato Si’ e a ‘Fratelli Tutti’ estivessem presentes em tudo. Além do mais, trabalhou muito para que pessoas com deficiência pudessem participar ativamente, criando todas as condições e atribuindo-lhes espaços privilegiados, quer no Parque Eduardo VII, quer no Parque Tejo. Foram publicados documentos em Braille, garantiu-se a tradução em língua gestual em vários idiomas e gesto internacional. Foi forte o investimento em ‘ecologia integral’, pois lutou-se contra o plástico descartável e pela separação dos lixos, atribuindo a cada peregrino uma garrafa reutilizável e lutando pela disponibilização de água potável nos locais de encontro e celebração. Também se lançou ao mundo inteiro o desafio de plantar árvores, para reduzir o impacto da pegada ecológica. Esta opção pelos mais frágeis esteve presente na Organização, desde a primeira hora e os resultados foram surpreendentes.
A prioridade ao diálogo
O Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso foram realidades transversais a estas JMJ. O momento mais simbólico foi o encontro de líderes religiosos com o Papa Francisco na Nunciatura. Segundo o P. Peter Stilwell, o Papa disse que há coisas inegociáveis no Diálogo: ‘a abertura a Deus, a dignidade da pessoa humana e o apelo à fraternidade’. Houve espaços de conferência de imprensa no Media Center. Exibiram-se algumas bandas evangélicas. Na sede da Scholas Occurrentes em Cascais dirigiram-se ao Papa um jovem muçulmano e outro evangélico. O espírito ecuménico e Taizé esteve presente em muitos cânticos destas JMJ e o Prior (Irmão Alois) e outros membros da Comunidade orientaram diversas vigílias e encontros de oração na Igreja de S. Domingos, na Baixa de Lisboa. Aqui, a Igreja foi tão pequena que milhares de jovens ficaram a rezar à porta!
Muitas famílias e Comunidades Religiosas não católicas abriram as suas portas a jovens, mostrando este espírito sem fronteiras.
Vigília do ‘levanta-te’ e ‘segue-Me’
O dia foi quente e levou até ao Parque Tejo muitas centenas de milhar de jovens. Os símbolos das JMJ (Cruz e ícone de Maria) chegaram de barco e foram levados ao altar. O mesmo aconteceria com a imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Houve música até á chegada do Papa Francisco que presidiu à vigília. Começou com testemunhos de um padre português e de uma jovem do norte de Moçambique, vítima dos ataques terroristas. Foi aplaudido o momento em que drones escreveram no céu, em várias línguas, as palavras-chave destas JMJ: ‘Levanta-te’ e ‘Segue-Me’.
Na sua intervenção, muito improvisada, o Papa Francisco falou da pressa de Maria: ‘Maria vai porque ama, porque quem ama corre e voa. A Alegria é missionária. É para levar aos outros!’. Depois, pediu que cada jovem pensasse nas pessoas que foram para eles um raio de luz, raiz da alegria. Diria, no fim, duas frases que ficarão para a memória destas JMJ: ‘A única forma lícita de olhar alguém de cima para baixo é para a ajudar a levantar!’. E, depois de perguntar quem gostava de futebol, afirmou: ‘por detrás de um golo, de uma vitória, está muito treino’.
Carminho cantou e encantou com a sua ‘Estrela’. Foram de alta qualidade as coreografias do Ensemble 23, bem como os cânticos do coro. Seguiu-se um momento de adoração e o Papa despediu-se pedindo coragem, pois não se pode ter medo de caminhar.
Envio de um milhão e meio
A noite foi curta para todos, quer dormissem no Parque ou lá tentassem entrar pela manhã. O ambiente que os drones das tvs mostravam era de arrepiar com a extensão de área ocupada pelas pessoas que vieram à Missa de Envio.
Numa homilia curta e dialogada, o Papa insistiu em três pontos-chave: ‘Resplandecer’ no serviço, no amor, e não no prestígio, no êxito; ‘Escutar’ para se ter mais perguntas que respostas e aceitar sempre pôr-se a caminho; ‘Vai sem medo’, expressão de um envio missionário que implica coragem, abertura e abandono ao Espírito Santo.
No Angelus final, o Papa repetiu ‘obrigados’. Lamentou a ausência de quem não pôde vir, rezou e pediu orações pela paz na Ucrânia e noutros pontos do globo marcados pela violência. O maior ‘obrigado’, muito aplaudido, foi para os ‘protagonistas principais deste evento: Cristo e Maria’.
E Seul, na Coreia do Sul, em 2027, acolherá as próximas JMJ. Até lá, em 2025, os jovens terão encontrado marcado em Roma, por ocasião do Jubileu. Lisboa ficará para a história como ‘a cidade dos sonhos’ e a ‘casa da fraternidade’.