Dos meus confrades a trabalhar no país as notícias são angustiantes. Tenho estado em contacto telefónico frequente com o P. Alberto Tchindemba, superior do grupo espiritano de Moçambique. Dele soube da situação em que ficou a casa de formação que os espiritanos têm na cidade da Beira: severos danos, materiais valiosos destruídos, construções novas muito danificadas. Sem comida, sem água potável, sem eletricidade. Como a nossa casa era, apesar de tudo, uma das construções mais seguras daquela área, muitas pessoas vieram ali refugiar-se da fúria do ciclone e ali têm estado abrigadas, depois de verem destruídas as suas casas, os seus mantimentos, os seus bens. A comida que havia na casa dos espiritanos foi repartida pelos novos ocupantes: assim se concretiza uma vocação primeira dos missionários, que é participar do destino do seu povo. Os meus confrades que estão noutras missões de Moçambique tentam fazer chegar à região comida e outras ajudas, mas para já tudo está cercado pela água e os acessos são quase impossíveis. Os preços da comida dispararam, ao sabor da sofreguidão egoísta daqueles que querem ganhar dinheiro com a desgraça dos pobres.
A situação atual é catastrófica, mas as perspetivas imediatas são talvez ainda piores: fome, pelos campos destruídos e pela especulação no comércio alimentar; falta de água potável, pelo excesso de águas barrentas, arrastando cadáveres e detritos; doenças, como a malária e a cólera, poderão proliferar… Se se confirmam os receios da abertura das represas dos principais rios, o que já é muito mau pode tornar-se ainda pior.
Na nossa missão da Beira, a igreja perdeu o telhado e ficou terrivelmente destruída; no seu interior, permaneceu de pé, intocada pela desgraça, a imagem de Nossa Senhora, recordando à comunidade que Deus não se ausentou… No meio da calamidade e do horror, há sempre esperança para o nosso futuro.
Muitas pessoas nos têm perguntado se podem ajudar, de algum modo. Quem me conhece mais de perto, sabe que pedir dinheiro não é muito a minha especialidade. Mas desta vez, ouso pedi-lo abertamente: a quem puder ajudar, este povo agradece. Os missionários agradecem.
Para quem quiser fazê-lo através dos missionários espiritanos, aqui fica o IBAN da conta em Portugal da Procuradoria Espiritana das Missões, que se encarregará de fazer chegar ao destino os donativos que nos fizerem chegar:
PT 50 0010 0000 1394 2610 0017 7
Rezemos por estes irmãos e irmãs, cujo sofrimento também tem que ser nosso.
A todos e todas: bem hajam!
Muito Obrigado pela comunicação-partilha. confiado na sua permissão, vou escrever ao Pe. Casimiro, Procurador, para colaborar, do meu fundo patrimonial, com uma ajuda, embora pequena para ão grades necessidades. Abraço – Pe. Pires, espiritano e,m Cabo Verde.
Muito obrigado minha Professora Xana Martins, pela comunicação,de verdade quem não viu a cidade da Beira como está não vai acreditar.De facto a população daquela região precisa de muita ajuda mesmo.Koxukhuru Gelito Seminárista Orionita em Moçambique.
Estou a proceder à transferência de uma pequena ajuda para os que mais precisam em Moçambique. Esta ajuda é fruto de algumas privações pessoais e compras que adiei. Por favor, não façam como alguns fazem em tantas obras de suposto “voluntariado” para “desviar os donativos” para proveito próprio.
Bem ajam,
Artur Duque