Sérgio Leal é um padre da Diocese do Porto que prepara um doutoramento em Roma sobre a Sinodalidade da Igreja. Já defendeu a tese de Mestrado sobre o tema, de que resultou este livro.
No Prefácio, a irmã Nathalie Becquart, sub secretária do Sínodo do Bispos, recorda que ‘o caminho da Sinodalidade é precisamente aquele que Deus espera da Igreja do terceiro milénio’. Este livro – diz a Irmã- ajuda ‘a aprofundar as linhas de força que delineiam a Igreja sinodal: uma Igreja em saída, uma Igreja acolhedora, uma Igreja participativa, uma Igreja criativa, uma Igreja inclusiva, uma Igreja insculturada, uma Igreja empenhada no cuidado dos mais pobres e que lute contra as injustiças, a fim de construir a fraternidade e a amizade social’.
Diz o P. Sérgio que a Sinodalidade se apresenta como uma dinâmica pastoral necessária e urgente. Será a sinfonia da sinodalidade quem vai colocar a Igreja em reforma permanente. O autor analisa todos os textos do Papa Francisco, entre 2013 e 2017, sobre este tema. A sinodalidade deve começar a partir da base, partindo de baixo, possibilitando a escuta de todos e, para isto, é necessária uma verdadeira reforma dos organismos de participação. Mas não pode nunca prescindir de primado petrino, pois nele se encontra um garante de unidade. É preciso falar abertamente, com liberdade e com caridade, mas, ao mesmo tempo, escutar com humildade e empenho. A diversidade na Igreja é riqueza e o Sínodo não é um parlamento, mas um lugar de comunhão e unidade.
Todos devem ser iluminados e guiados pelo Espírito da unidade e da comunhão, daí que o ecumenismo se torne um lugar propício e necessário para o exercício da sinodalidade que constitui a própria identidade da Igreja.
A Sinodalidade como dinâmica para a conversão pastoral preenche todo o II capítulo, obrigando a Igreja a passar de uma prestadora de serviços para uma Igreja ao serviço do mundo, numa corresponsabilidade diferenciada. Uma Igreja sinodal é participativa e corresponsável, sem clericalizar os leigos nem laicizar os clérigos.
Na Conclusão, o autor diz que ‘uma Igreja sinodal é uma Igreja corresponsável, chamada a articular a participação de todos, segundo a vocação de cada um, na construção da Igreja ao serviço da evangelização e da missão’.
Paulinas Editora