Paz dos homens e acima de tudo a Paz de Cristo.
À medida que avançamos no tempo e se vai fazendo história, a Paz aparece como o elo que cimenta e dá consistência aos povos e às culturas. Aparece como o alicerce da humanidade e dos corações dos homens. Enfim, a Paz é a essência do nosso viver.
Será que respiramos Paz? Será que a humanidade é capaz de construir Paz? Será que, no nosso convívio humano e relacional, conseguimos ter Paz? Será que a Paz marca o nosso agir e o nosso testemunho? Será que somos pacíficos? Jesus lá colocou a sua exigência, não como um peso, mas como algo a chegar lá: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” Sim, só os pacíficos são filhos de Deus.
Trabalhar pela Paz é exigente e ao mesmo tempo é nivelar a nossa vida pela medida mais alta, o ideal de perfeição. Serão sempre felizes os que trabalharem pela Paz. Promover a paz, não é evitar conflitos, fugir do problema, fingir que não existe ou ter medo de falar sobre o assunto. É uma atitude verdadeiramente construtiva. Exige uma postura evangélica, ou seja, olhar o outro não como um inimigo mas como um irmão.
Diz-nos o Papa Francisco: “Podes falar da paz com belas palavras, fazer uma grande conferência, mas se nas tuas pequenas coisas, no teu coração, não há paz, se na tua família não há paz, se no teu bairro não há paz, no teu local de trabalho não há paz, então também não haverá no mundo”.
Na nossa acção missionária, existe paz entre nós evangelizadores? Nos nossos grupos missionários, a paz habita no coração de todos? Porquê tantos conflitos e divisões entre nós?
Questiona-nos o Papa na Alegria do Evangelho: “Dentro do povo de Deus e nas diferentes comunidades, quantas guerras! Por isso me dói muito comprovar como nalgumas comunidades cristãs se dá espaço a várias formas de ódio, divisão, calúnia, difamação, vingança, ciúme, a desejos de impor as próprias ideias a todo o custo, e até perseguições que parecem uma implacável caça às bruxas”.
E fica a grande questão: “Quem queremos evangelizar com estes comportamentos?
Não podemos ser evangelizadores credíveis e de confiança se não formos habitados pela Paz de Cristo e dos homens.
Como nos diz São Paulo: “Façam todo o possível para viver em paz com todos”.
Caro Padre Nuno Miguel,
Eu fui o autor do comentário que tanto incomodou o Padre Andrade. Fiz chegar o texto à Conferência Episcopal Portuguesa. Não suporto ataques pessoais! Todos os meus comentários àquele texto foram apagados. Em todos respondi e argumentei com a Sagrada Escritura, onde Jesus nos convida apenas a seguirmos o mandamento do Amor, o Maior e Único da Lei. Argumentei que Jesus, um grande reformista do Seu tempo, não raras vezes ignorou a Lei existente na altura pois sabia bem que teve o seu tempo certo. Quando argumentei, mesmo depois de ter apagado o meu comentário, fui muito maltratado pelo Padre Andrade que me disse “Pouco me importa o que pensa ou diz. O seu comentário, além de ridículo, é moralista. E a mim você não dá lições mal dadas acerca do Evangelho ou da moral. As suas ideias não são nem católicas, nem do Papa. Vá fundar a sua seita longe, e leve consigo os padres de fato e gravata…”. Eu não pude deixar de enviar isto à CEP. Primeiro porque é a minha Fé que diz quem sou e naquilo em que creio por isso me afirmo sempre e para sempre Católico. Depois porque, quando no seio da Igreja se permite que um padre escreva textos para supostamente evangelizar sob o manto do ataque pessoal aos colegas do sacerdócio, chega a ser tão abominante como todos aqueles que hoje estão a conspirar contra o Santo Padre. O nosso Papa Francisco faz um apelo ao diálogo, à conciliação, à troca de ideias e diz-nos muitas vezes que não devemos ser fundamentalistas. Não consigo diferenciar uma pessoa fundamentalista de um terrorista, sendo que, no limite, se não matam tentam excluir pelo ataque. A postura ditadora não pode prevalecer desta forma. Eu rezo muito pelo Santo Padre, para que ele consiga estabelecer as mudanças que consegue. Infelizmente, a falta de humildade que vem de sacerdotes daquele género traz muitas limitações à sua atuação. Fico feliz por ter visto que lhe respondeu ao post provocatório, onde o próprio se vangloria por ter tido 2000 leitores. Fico feliz também por este texto que tão bem diz “Questiona-nos o Papa na Alegria do Evangelho: “Dentro do povo de Deus e nas diferentes comunidades, quantas guerras! Por isso me dói muito comprovar como nalgumas comunidades cristãs se dá espaço a várias formas de ódio, divisão, calúnia, difamação, vingança, ciúme, a desejos de impor as próprias ideias a todo o custo, e até perseguições que parecem uma implacável caça às bruxas”. E fica a grande questão: “Quem queremos evangelizar com estes comportamentos?”. O Evangelho do passado Domingo retratou isto! Para mim, sim, sacerdotes como o Senhor Padre Nuno evangelizam, tocam, deixam pensar, amar e dialogar como nos pede o Santo Padre! Um bem haja pela sua Missão! Abraço cordial!