8º Domingo do Tempo Comum
A Palavra do Senhor deste último domingo antes da Quaresma, predispõe-nos para uma Quaresma de verdade, ao remeter-nos para nós próprios e para a nossa relação com os outros.
Na verdade, somos convidados, antes de mais, a pesar as nossas palavras, os nossos pensamentos e os nossos sentimentos, que devemos avaliar pelo critério infalível dos frutos, pois assim como “cada árvore se conhece pelos seus frutos”, também “o homem bom, do tesouro do seu coração, tira o bem”.
Na nossa relação com os outros, convém-nos suster a velocidade com que neles vemos os defeitos, para nos perguntarmos se não estará antes em mim/nós o que clara e prontamente vemos nos outros.
Só depois desta autoanálise é que, humilde e fraternalmente, poderemos tentar ajudar os outros, em atitude não de condenação, mas de promoção fraterna.
E em tudo isto, iluminados pela luz da ressurreição (de Cristo e da nossa também), para que permaneçamos “cada vez mais diligentes na obra do Senhor”, que é a salvação nossa e dos nossos irmãos. Com efeito, “a Quaresma chama-nos a repor a nossa fé e a nossa esperança no Senhor, pois só com o olhar fixo em Jesus Cristo ressuscitado é que poderemos acolher a exortação do Apóstolo: “Não nos cansemos de fazer o bem!”
Daí o apelo do Papa Francisco na sua mensagem para este tempo da Quaresma, no qual, dentro de dias, vamos entrar: “Peçamos a Deus a constância paciente do agricultor, para não desistir na prática do bem, um passo de cada vez. Quem cai, estenda a mão ao Pai que nos levanta sempre. Quem se extraviou, enganado pelas seduções do maligno, não demore a voltar para Deus, que “é generoso em perdoar”. Neste tempo de conversão, buscando apoio na graça divina e na comunhão da Igreja, não nos cansemos de semear o bem. O jejum prepara o terreno, a oração rega, a caridade fecunda-o. Na fé, temos a certeza de que “a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido”, e obteremos, com o dom da perseverança, os bens prometidos para salvação nossa e do próximo. Praticando o amor fraterno para com todos, estamos unidos a Cristo, que deu a sua vida por nós, e saboreamos desde já a alegria do Reino dos Céus, quando Deus for “tudo em todos”.