Conheci Dom Tirso Blanco há 25 anos, em Janeiro de 1997, na II Assembleia Nacional da Juventude realizada em Luanda. No final da Assembleia ele pediu-me para ser o coordenador da delegação angolana que viria a participar na JMJ de Paris , em 1997.
Desde aquele ano vivemos uma amizade intensa como sacerdotes, mas, sobretudo na pastoral juvenil para a qual desenhou um projecto pastoral que permitiu tornar regulares as assembleias nacionais da juventude.
Uma outra grande paixão de Dom Tirso era a luta contra a pobreza, a promoção dos Direitos Humanos, a consciencialização da juventude, a educação e a promoção humana. Era uma ‘máquina imparável’.
Com naturalidade foi nomeado Bispo do Luena, em 2009, revolucionando aquela Diocese. Com o seu empenho e dedicação ele colocou o Luena na boca do mundo, visitando e animando comunidades, construindo igrejas, postos de saúde, escolas, espaços de alfabetização, bibliotecas, seminário de filosofia, expansão da energia solar, etc. .
Tudo isto aliado a uma postura profética firme na defesa dos interesses das populações, denunciando a ganância dos poderosos que se esqueceram da desgraça dos pobres.
Em 2018 encontramo-nos na Conferência Episcopal onde, teve sempre, uma presença dinâmica e muito comprometida na busca de novos caminhos para o bem da Igreja.
O seu grande último sonho foi o TV Católica que procurou dinamizar enquanto membro da Comissão Episcopal da Educação.
E lá se foi, varrido por um câncer no pâncreas que, apesar de todos os esforços médicos, não se conseguiu debelar.
Fica, para nós, a imagem de um sacerdote incansável, profeta enérgico e santo criador de pontes de bondade.
Sentiremos muito a sua falta, mas, na nossa fé, ele continuará a nos assistir do alto.
Paz à sua alma!
Belmiro Chissengueti CSSp
Bispo de Cabinda e Porta-Voz da CEAST