Tendo como pano de fundo a cidade de Assis, estava projetado para o passado mês de março um encontro de jovens, a nível mundial, designado A economia de Francisco. Por força das circunstâncias atuais acontecerá em novembro.
Um dos traços que define este Papa é sem dúvida a proximidade que tem ao mundo real. Essa perceção iluminada pela fé consegue sempre inquietar-nos pela lucidez e sobretudo pelo compromisso que nos pede, como agentes de mudança.
No designado encontro, o Papa Francisco pretende direcionar o nosso olhar para o vasto mundo da economia, e, mais do que paradigmas ou conceitos económicos, o que nos pede é que sejamos capazes de firmar um compromisso que una economia e ecologia, individualidade e casa comum.
Juventude, criatividade, sonho… Não se trata de mais uma vez dizermos aos mais novos como devem agir ou pensar, “a Economia de Francisco não é um think tank que emite opiniões e não é, seguramente, um novo modelo económico(..). A Economia de Francisco é um compromisso desenhado pelos jovens para jovens!”, diz-nos Ricardo Zózimo.
A confiança é-nos oferecida pelo Papa Francisco, o compromisso para a mudança terá de ser de cada um de nós e exigirá um contágio global.
Certamente que o Papa não tem em mente operar uma alteração nos sistemas ou teorias económicas, contudo a partilha que mais de 1500 jovens de todo o mundo trarão para a sua vida, o seu trabalho, essa sim será a grande transformação.
Recordemo-nos da exortação apostólica A Alegria do Evangelho, onde o Papa Francisco atacara a “nova tirania” do capitalismo sem limites, apelando a uma “saudável descentralização” da Igreja. A dignidade de cada pessoa humana e o bem comum são questões que deveriam estruturar toda a política económica. Na verdade, a economia deve contribuir para a dignidade da pessoa humana, apelando a valores como a solidariedade, a doação, a equidade, a liberdade, a fraternidade e o amor ao próximo.
Os últimos meses têm seguramente mostrado que não poderemos continuar a viver da forma como o fizemos até aqui. Trabalhemos juntos para acabar com as injustiças e, claro, valorizemos (mais) a vida pois, “precisamos de construir novos caminhos”. Sim, “há que construir novos caminhos, uma nova economia à medida do homem e para o homem, socialmente justa, economicamente viável, ambientalmente sustentável e eticamente responsável.”
É esta a nossa hora! Será a agenda de Francisco a nossa?