O Papa Francisco nomeou esta sexta-feira D. Alexandre Palma e D. Nuno Isidro Cordeiro como bispos auxiliares do Patriarcado de Lisboa. Rezamos para que o Espírito Santo os assista nesta importante missão.
Recordamos aqui um texto que o P. Alexandre Palma partilhou conosco aquando do 25º Aniversário dos Jovens Sem Fronteiras. Que esta dimensão sem fronteiras anime o seu ministério.
(Foto: Alexandre Palma, juntamente com outros jovens, participantes na Ponte Missionária dos Jovens Sem Fronteiras, no Huambo – Angola, em Agosto de 1997)
Para lá de todas as fronteiras
Escrever acerca do meu encontro com o movimento Jovens Sem Fronteiras não se afigura tarefa fácil. É que passaram quase 15 anos e neste intervalo
de tempo tanta coisa aconteceu! Se, por um lado, a distância temporal enfraquece a memória; por outro, talvez ajude a perceber melhor os frutos que esta experiência de Igreja gerou em mim.
Recordo com alguma saudade aquilo que primeiramente me cativou nos Jovens Sem Fronteiras: ouvir os testemunhos e as histórias de tantos missionários, primeiro na paróquia e logo nos encontros do movimento. Esse era mesmo um dos momentos por mim mais aguardados nas orações da Capela das Amoreiras. Tínhamos a graça de encontrar pessoas acabadas de chegar dos quatro cantos do Mundo. Falavam da sua vida simples de missionários entre gente simples. Descreviam povos, recantos e línguas dos quais nunca tinha ouvido falar. Contavam com alegria o que ser missionário no concreto significava. Porventura sem o saberem, iam povoando o imaginário de alguém recém-admitido a essa idade complicada que dá pelo nome de juventude. Nas vidas deles eu ia, paulatinamente, construindo o sonho da minha. Este convívio assíduo com tantos missionários alimentou em mim, como não poderia deixar de ser, o desejo de partir e fazer
uma experiência semelhante à deles, como viria a acontecer na Ponte de 1997, no Huambo.
Um dos frutos mais duradouros que tudo isto gerou em mim foi o do amor pela universalidade da Igreja, foi o muito cedo ter tido – em grande medida graças aos Jovens Sem Fronteiras – a oportunidade de experimentar que o Evangelho não conhece e não pode conhecer fronteiras. Hoje, percebo que a atenção, a estima e o amor por esta Igreja que se estende para lá de todas as fronteiras foram muito cultivados em mim por este movimento.
Outro fruto não menor são as amizades que nasceram no seio dos Jovens Sem Fronteiras e que, por serem verdadeiras e profundas, permanecem, mesmo quando tanta outra coisa se alterou.
No fundo, olhando o passado vejo a mão de Deus que me trouxe ao presente. Esta mão de Deus ter-se-á servido de muita coisa na minha vida e serviu-se, de certeza, deste movimento que, como o próprio Deus, me continua a desafiar a viver para lá de todas as fronteiras.
P. Alexandre Palma