24º Domingo do Tempo Comum
No contexto messiânico em que estão inseridas as leituras destes domingos mais próximos, esta Palavra do Senhor coloca-nos, como a Pedro e aos outros apóstolos, no centro da sua mensagem: “E tu e vós quem dizeis que Eu sou”?
E o Senhor não se contenta com respostas decoradas e na ponta da língua, como fica bem a bons alunos da catequese – Ele espera a resposta da nossa vida! E, aí, quantas vezes não vai uma longa distância entre as palavras da resposta e a resposta dos nossos critérios e das nossas atitudes! Que no-lo diga S. Pedro, que foi prontamente agraciado por Jesus: “vai-te, Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus”! Não nos contentemos, por isso, com uma resposta de boca, mesmo que aprendida de cor! Ele exige uma resposta completa, que implique todo o nosso ser e todo o nosso agir. É isso que os textos de hoje nos mostram.
De facto, a única resposta que Jesus aceita como válida é a de discípulo, cujo perfil está bem traçado nas leituras deste Domingo:
- ouvidos bem abertos e sempre atentos à voz de Deus, em atitude firme e frontal de obediência, sejam quais forem as dificuldades e os obstáculos a enfrentar, porque sabe que Deus “vem em seu auxílio”;
- capacidade de aliar fé e obras, para não se ficar em sentimentalismos vagos e estéreis, nem acalmar a cons-
- ciência com generosidades ocasionais e esporádicas, porque “a fé sem obras está completamente morta”;
- disponibilidade total, pronta e alegre para seguir o Mestre, renunciando a si mesmo e pegando na sua cruz todos os dias, pois “quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á”!
Nestes tempos de indefinição e de indiferença generalizada, o Senhor espera que cada um e cada uma de nós se assuma como seus discípulos, corajosos e cada vez mais fiéis, repetindo em cada manhã “caminharei na terra dos vivos na presença do Senhor ”!
É de cristãos assim que a Igreja e o mundo de hoje precisam: que se assumam como tal nas 24 horas de cada dia e em todas as circunstâncias, não ignorando as dificuldades, incompreensões e sofrimentos com que vão deparar-se, mas apoiados na certeza de que Deus vem auxílio daqueles que se propõem segui-l’O, não com meias medidas, mas com a medida toda!
De gente que se diz ‘cristã’ e crente ainda estão as igrejas cheias – o que rareiam cada vez mais são verdadeiros discípulos!