1. Missão cumprida
No crepúsculo da sua vida, Libermann compreendeu que a sua vida tinha sido uma missão recebida no seu encontro com Jesus dos Evangelhos. Assumiu-a com todo o seu ser, sentiu-se trespassado pelo punhal penetrante do contacto com o verdadeiro Deus e, como Jeremias, rendeu-se às suas seduções. Experimentou o amor de Deus nas suas profundezas e transmitiu essa experiência de uma forma espiritual maravilhosa aos seus companheiros.
Libermann sentiu a proximidade de Deus, a sua ternura, a sua presença da forma mais forte e comovente no sofrimento. As últimas palavras deste grande homem reflectem esta vida de encontro amoroso com Deus: “Caridade acima de tudo… caridade acima de tudo… A caridade em Jesus Cristo… a caridade por Jesus Cristo… a caridade em nome de Jesus Cristo; o fervor… a caridade… a união em Jesus Cristo… o espírito de sacrifício” (N.D. XIII, 659 e 660, cf. RVE 38).
A ação caritativa baseada no amor de Deus é a mais sublime das acções humanas.
Libermann experimentou a profunda liberdade interior que a fé em Deus pode proporcionar. A liberdade dos filhos de Deus à maneira de Paulo de Tarso. Não uma fé presa a culturas, tradições, normas, identidades sociais… Pelo contrário, a fé é a expressão de um encontro com um Deus que nos leva a ultrapassar os nossos limites humanos e a encontrar a nossa essência mais profunda: sermos filhos de Deus no amor. Um amor livre de todas as motivações que podem vir dos nossos limites.
“Ó Espírito divino, quero estar diante de ti como uma pena leve, para que o teu sopro me leve para onde quiser, e para que eu não lhe ofereça a menor resistência”. (Francisco Libermann, Comentário ao Evangelho de São João, 3,8).