Desmobilizado a 20 de Maio de 1919, o P. Brottier regressou à Casa Mãe dos espiritanos, em Paris. Dias depois, foi para Chevilly fazer o retiro de preparação para a profissão perpétua, que fez a 30 de Maio. Um novo período da sua vida se inaugurava, dedicado a implementar o Souvenir Africain e a União dos Combatentes. Aconteceram, entretanto, vários acontecimentos dolorosos que o terão feito sofrer, pois se prendem com laços de amizade profunda. Nesse mesmo ano de 1919, faleceu-lhe a mãe querida. Teve ao menos a consolação de lhe poder fechar os olhos.
No fim da guerra, o P. Brottier entregou a sua irmã Luísa a cruz de capelão militar, dizendo-lhe: «Guarda-a bem; guarda-a como uma coisa preciosa; porque ela foi a minha testemunha muda durante toda a guerra. Sobre esta cruz, quantos lábios de moribundos se poisaram! Ela recebeu o último suspiro de muitos soldados! Ela tocou vezes sem conta os seus pobres peitos furados, lavrados, destroçados, e eu posso atestar que se o cordão desta cruz pudesse espremer todo o sangue de que foi embebido, a água na qual o lavássemos ficaria totalmente vermelha!»
Mas a Cruz continuava a estar presente na sua vida. Como se não bastara a perda da mãe, a 12 de Janeiro de 1920, viu Dom Jalabert, seu grande amigo, perder a vida, com mais 18 missionários espiritanos, no naufrágio do paquete afrique. Na verdade, Dom Jalabert fora seu superior, depois, seu bispo, aquando da sua vida de missionário no Senegal. Confiara-lhe, depois, a implementação da construção da catedral-monumento de Dakar.
Os laços de amizade que os uniam eram grandes. No fim da terra, quando Dom Jalabert o procurou para relançar o projeto da catedral de Dakar, mostrou-lhe uma estampa de S. Teresinha de Lisieux – que ainda não fora canonizada. Colada a essa estampa, estava a fotografia do P. Brottier. Na estampa, Dom Jalabert escrevera: «Irmãzinha Teresa, guarda o meu P. Brottier». Estava assim explicada a providencial proteção que ele experimentara ao longo de toda a guerra. Profundamente emocionado, o P. Brottier prometeu que lhe havia de construir uma capela. Mais tarde, confidenciaria ao P. Paulo Rigault: «Por isso, a Obra que terei de realizar, pensei eu, será uma obra desejada pela Irmãzinha Teresa. E, no fundo do meu coração, pus-me à disposição de Teresa para o momento que a Providência me quisesse indicar». Veremos, amigo leitor, como a partir daqui se criaram laços de profunda cumplicidade entre o P. Brottier e a santa de Lisieux.