No passado dia 8 de Abril, o sol estava radiante, o vento quase não se sentia e as nuvens tinham desaparecido. Depois de dias de nevoeiro, era bonito contemplar uma natureza que se mostrava cheia de encanto e beleza que extasia e, de modo imediato, nos leva aos pés do Criador. Tendo esta paisagem no olho e no coração, chegámos à Igreja Matriz da Ribeirinha.
Ao meio dia, a procissão saiu em direcção ao altar. E, assim, começou a santa Missa, na qual o grupo da LIAM da Ribeirinha quis dar graças a Deus por existir, pelo trabalho que faz e já foi feito com muita animação e generosidade, pelo testemunho de tanta gente que na simplicidade do dia a dia se compromete em rezar, formar e actuar em favor da obra da Missão, e também, pela presença e acção missionárias nesta paróquia e comunidade.
E isto aconteceu no segundo domingo da Páscoa, no domingo chamado da Divina Misericórdia ou, como o apelidam noutras latitudes, o Domingo de Pascoela, da Páscoa pequeninha. Não podia haver melhor momento. Certamente que não foi um acaso ou uma sorte que assim fosse.
Estiveram presentes todos os núcleos da L. I. A. M. da ilha de São Miguel. Desde Vila Franca do Campo a Santo António. Da Fajã de Baixo ao de Ponta Delgada, indo até ao Nordeste. Estiveram todos para festejar o 53º aniversário da fundação deste núcleo da Ribeirinha.
E esta festa missionária contou com a presença da presidente da Direcção Nacional da L. I. A. M., Marta Fonseca, do núcleo do Carregado. Como me partilhava o pároco foi bom ver que momentos como estes provocam e criam sentimentos de família, de gratidão e espicaçam a criatividade e motivam a generosidade, pois no silêncio do coração a cada um sente e interroga-se porque não celebrar também assim na minha comunidade: “porque não provocar a missão na minha terra, dizendo como a presença que estamos vivos e actuando?” E se os outros podem e fazem, eu também posso e devo fazer… Mas, mais do que ser espicaçado ou provocado, o segredo é contagiar e, deste modo, dar a conhecer a LIAM é dar a conhecer o que somos e para quem existimos e trabalhamos.
Por isso, este domingo foi um dia de acção de graças em sentido eucarístico e humano, gerando, assim, um momento celebrativo que promovesse a esperança e servisse de tónico para um actuar mais comprometido com a missão.
Foi mais que uma festa de ‘consumo interno’ ou ‘apenas para cumprir calendário’, foi um momento de acção de graças e de olhar para o futuro com uma renovada esperança, tendo em conta o grande legado deixado por tantos liamistas já, entretanto, falecidos; pela doacção da vida do saudoso pe. Francisco Janeiro, missionário espiritano e natural desta paróquia, que faleceu em 2015 no Seminário das Missões na Torre d’Aguilha, Carcavelos.
Também, de modo especial, se fez memória agradecida pela vida, pelo múnus e dedicação apostólica do já falecido pe. Artur Pacheco Agostinho, que por mais de 50 anos teve ao seu cuidado de pastor esta paróquia e que, hoje, o seu legado espiritual se ilustra e perpetua nos frutos amadurecidos que são os doze sacerdotes, filhos desta terra. A qualidade da arvore se reflecte pela durabilidade da sua sombra e pelo primor dos seus frutos. E os legados espirituais e missionários se põe de manifesto muitos anos
Bem-haja ao pároco, pe. Vítor Medeiros e às liamistas da Ribeirinha que, cheias de entusiasmo e alegria, não se negaram em embelezar e em preparar uma festa missionária que atingisse na plenitude a extensão e profundidade total da palavra “festa”. Muito obrigado vamos seguir trabalhando mais e melhor!