Nos tempos que correm, há palavras que começam a cair em desuso!
Partilha, solidariedade, inter-ajuda e caridade parecem ser palavras já gastas pelo tempo e pelo egoísmo que fomos criando à nossa volta. Contudo, são estas mesmas palavras que fazem a diferença nos dias de hoje. É aquilo a que eu chamo suplemento humano. Ordinariamente, o ser humano já faz muita coisa boa. Experienciar estas palavras só engrandecem o ser humano pois aí se percebe o salto qualitativo da riqueza do nosso ser, enquanto pessoas.
Para este Ano Missionário, os nossos Bispos são muito claros em relação a estas dimensões altruístas. Dizem-nos eles: “Irmos até uma outra paróquia, uma outra diocese, um outro país em missão, para sentirmos que somos chamados por vocação a sermos universais, ou seja, a termos responsabilidade não só sobre a nossa comunidade, mas sobre o mundo inteiro”. Não nos podemos cingir apenas à nossa comunidade paroquial ou ao nosso grupo. Temos de alargar os nossos horizontes e não termos medo de irmos mais longe.
Um dos meios bem concretos apresentados pelos Bispos é o exercício da caridade. Afirmam eles: “Caridade missionária: ajuda material para o imenso trabalho da evangelização e da formação cristã nas Igrejas mais necessitadas.”
Convido-vos a irmos até ao povo de São Tomé e com eles entrarmos nesta partilha solidária para com as suas necessidades mais urgentes. Uma delas é a construção da cozinha e refeitório social na cidade das Neves, norte da ilha, onde se encontram a trabalhar, há mais de 20 anos, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras.
Aí comungam e partilham as dores do povo sobretudo a falta de uma alimentação equilibrada. Com este projecto vamos apoiar 1.200 pessoas com a confecção de refeições para 900 crianças e 300 idosos desta comunidade. Para muitos a única refeição diária!
Celebramos no passado dia 18 o II Dia mundial dos pobres onde o Papa Francisco nos diz: “somos convidados a tornar concretas as palavras do Salmo: «Os pobres comerão e serão saciados» (Sl 22,27)” e mais acrescenta: “O Dia Mundial dos Pobres pretende ser uma pequena resposta dirigida pela Igreja aos pobres de todo o género e de todo o lugar para não pensarem que o seu clamor tinha caído em saco roto. Os pobres não precisam de um ato de delegação, mas sim do envolvimento pessoal de quantos escutam o seu brado”
Sejamos solidários.