Pelas encruzilhadas dos caminhos
“Ide e convidai a todos para o banquete”. A parábola evangélica do banquete nupcial (cf. Mt 22, 1-14) é o pano de fundo da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Missões de 2024. A partir dela, Francisco sublinha alguns aspetos que se revelam “particularmente actuais para todos nós, discípulos-missionários de Cristo, nesta fase final do percurso sinodal que, de acordo com o lema «Comunhão, participação, missão», deverá relançar na Igreja o seu empenho prioritário, isto é, o anúncio do Evangelho no mundo contemporâneo.”
“A missão é ida incansável rumo a toda a humanidade para a convidar ao encontro e à comunhão com Deus”, sublinha o Papa, renovando o convite a que toda a Igreja saia com o seu Mestre às “saídas dos caminhos” do mundo atual.
Escrevo estas linhas em vésperas da merecida homenagem ao P. António Rego, no final das Jornadas Nacionais de Comunicação Social, que decorrem em Fátima nos dias 26 e 27 de setembro, e no contexto dos 60 anos da sua ordenação sacerdotal. Quem não conhece o P. Rego? A sua inconfundível voz, simultaneamente serena e impactante, há muito que ecoa nos nossos meios de comunicação, ao longo dos seus mais de 50 anos como padre e jornalista. É verdadeiramente uma saída incansável até às encruzilhadas dos caminhos do mundo atual, de uma forma inteligível para cada geração e que reflete o estilo d’Aquele que se anuncia “sem imposição, coerção nem proselitismo, mas sempre com proximidade, compaixão e ternura” (Mensagem do Papa para o Dia Mundial das Missões). José Lopes de Araújo, antigo diretor das Relações Institucionais e Arquivo da RTP, sublinha particularmente a contribuição do P. Rego no período do pós 25 de abril. “Poucas pessoas terão feito tanto pela Igreja em Portugal no período difícil do pós-revolução como o cónego António Rego”, sublinha, explicando que “a sua presença serena na rádio e na televisão, num período em que tudo era posto em causa, ajudaram decisivamente a dar um novo rosto democrático à Igreja”.
Nesta edição, desafiamos os voluntários que passaram o mês de agosto na Guiné-Bissau a partilhar o seu testemunho. Uma verdadeira encruzilhada de caminhos. Todos, de diferentes idades, experiências e provenciências, aceitaram partir incansavelmente ao encontro de todos. E, no meio desta comunhão que é a missão, terão quiçá saboreado um aperitivo daquele banquete do Evangelho de que nos fala o Papa na sua mensagem: “Enquanto o mundo propõe os vários «banquetes» do consumismo, do bem-estar egoísta, da acumulação, do individualismo, o Evangelho chama a todos para o banquete divino onde reinam a alegria, a partilha, a justiça, a fraternidade, na comunhão com Deus e com os outros”.
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