1. Libermann decide abraçar definitivamente a “Obra dos Negros”.
Libermann opta pela missão ad gentes como resposta à sua busca interior, sem ter tido tempo para refletir, abandonando-se à vontade de Deus.
Libermann escreve a Le Vavasseur: ‘Não quero comunicar-vos ainda, preferindo deixar amadurecer esta visão diante de Deus (…) Antes de comunicar as coisas, é preciso que elas sejam suficientemente claras para que cada um possa pesá-las diante de Deus. Rezem e façam rezar todos os nossos queridos irmãos, é um assunto importante e muito importante, e nós também rezaremos por ele nos próximos tempos. (…) O Sr. De La Brunière me encoraja e concorda perfeitamente comigo. Eu gostaria de algo sólido, fervoroso e apostólico: ou tudo ou nada. (…) Dentro de quinze dias, penso eu, escreverei (…) o que o bom Deus quiser dar a conhecer ao Sr. De La Brunière e a mim. (Antologia Espiritana, pp. 100-101).
Alguns dias antes da sua partida de Rennes, escreve uma carta ao Padre Louis, seu superior, na qual declara a sua firme decisão e lhe pede que não o tente deter: ‘Está a ver, Sr. Padre Superior, do que se trata. Consultei o meu Deus, consultei os seus servos mais sábios e mais zelosos da sua glória, e todos eles decidiram unanimemente que eu devia deixar esta pobre Congregação que é minha e ser-me-á verdadeiramente querida durante toda a minha vida. Hesitei, ponderei durante muito tempo, no desejo que tinha de ser útil a esta pequena Congregação e nunca encontrei em mim (…) uma resposta afirmativa. (…) Agora só tenho uma graça a pedir-lhe, meu Padre e meu respeitabilíssimo superior, que não faça nenhum esforço para me impedir (…) A ordem foi dada por Deus (…). A minha resolução está tomada, o meu sacrifício está feito”. (Cartas Espirituais, II, pp. 296-298).
Decide deixar a Sociedade Eudista para se dedicar à “Obra dos Negros”. Uma memória escrita pelo Padre Eugène Tisserant em 1842 confirma este facto: ‘Por seu lado, [o Padre Libermann] começou a entrar num ardente desejo de se entregar inteiramente à obra dos Negros. A primeira visão que aprouve ao Coração de Maria dar ao nosso querido Padre foi a 25 de outubro deste ano de 1839 (…). (…) Três dias depois, a 28 de outubro, foi confirmado no seu desejo por uma visão mais clara que o decidiu inteiramente (…). Ele recordará sempre esse dia como um dos mais felizes da sua vida”. (Antologia Espiritana, p. 99).
“Decidiu, depois de consultar o Padre Pinault, juntar-se a nós, continuando como antes com o ofício de nosso conselheiro.” ((Antologia Espiritana, p. 96).