Nos últimos tempos, movimentos denominados de populistas, têm tomado conta do espaço das redes sociais, mediático e das nossas vidas do dia a dia. Esses movimentos tendem a aumentar a escala dos problemas e, com isso, assustam as pessoas, levando-as ao medo (muito medo) para depois propor uma solução simplista (e falsa) para esse mesmo problema. A solução simplista (e falsa) proposta passa por, na maior parte dos casos, escolher uma qualquer minoria (cigana, africana, emigrante ou outra) como culpada da origem da coisa. As pessoas, com o medo, aderem à ideia, até porque se arranja sempre um exemplo de alguém de uma dessas minorias envolvido no tema. E começa a confusão do pecado com o pecador e de tomar a parte pelo todo.
A propósito disto, outro dia, um dos membros do partido de extrema direita Italiana CasaPound, estava em Torre Maura em campanha anti minoria Roma (os Roma são uma etnia cigana e 70 membros da sua comunidade tinham sido colocados em Torre Maura) quando, um miúdo de 15 anos, Simone, o interrompe. Simone interpela-o dizendo coisas tão simples como: “Se um Roma assalta a minha casa, vocês estão todos na rua a protestar. Se um Italiano me assalta a casa ninguém faz nada. O meu problema é que me assaltem a casa, não quem ma assalta” ou “Se há fundos para investir no bairro, eu acho que devem ser para todos, ninguém deve ficar para trás, nem Italianos, nem Africanos nem os Roma.” Simone, nesta simples interpelação que pode ser vista no youtube, faz 2 coisas de uma forma simples: consegue responder ao discurso simplista (falso) da extrema direita de forma direta e eficaz e lembra-nos que a penalização deve ser sobre o ato (o pecado) não interessando quem o pratica (qual o pecador).
Também na Bíblia, no Novo Testamento, encontramos isto nos episódios da mulher adultera, de Zaqueu e da Samaritana, onde Jesus é misericordioso com o pecador dizendo-lhes que partam, emendem o seu erro e não tornem a pecar. No Antigo Testamento, vemos como Deus não “toma o todo pela parte” e promete a Abraão que, caso encontre em Sodoma pelo menos dez homens justos, não destruirá a cidade em atenção a esses homens.
Teremos nós a capacidade de, como Deus, não tomar o todo pela parte e, como Jesus, sermos misericordiosos com os pecadores quem quer que eles sejam? Creio que a resposta a esta pergunta ditará parte do nosso futuro próximo e de não voltarmos a cometer erros do passado recente que nos mergulharam em guerras.