As eleições presidenciais no Brasil têm estado na ordem do dia e extravasaram mesmo fronteiras, tendo as manifestações de rejeição ao candidato da direita, que venceu a primeira volta, vindo de todo o mundo. O resultado da segunda volta, na altura em que escrevo, está à vista. O que daí virá ninguém sabe. Ou até sabe, mas os receios são maiores que as certezas. A confiança está pelas ruas da amargura. O pedido de nacionalidade portuguesa nos consulados portugueses no Brasil disparou. Está-se já a preparar o “plano B”. Quem acompanha a política brasileira dos últimos anos consegue entender o que se está a passar. Não se é pró-candidato X, é-se anti-candidato Y. Na bipolarização presente, os eleitores não sabem o-que-querem mas sabem o-que-não-querem.
Noutro continente, as eleições parlamentares do Afeganistão têm também dado muito que falar, pelo caos e violência que as envolve e também pelo número de mulheres que concorre. As 417 candidatas, um númeno histórico, têm visto o seu papel na política muito elogiado pelas Nações Unidas, embora conheçam o risco que correm. Sabem que a violência que está por todos os lados lhes pode por a vida em perigo. Os talibãs continuam a fazer das suas. Logo no início da campanha nove candidatos foram mortos, dois foram raptados, quatro foram feridos por radicais e no dia das eleições a explosão de uma bomba fez uma dezena de mortos. Muitas desta mulheres são jovens com formação universitária que lutam pelo direito das mulheres à educação e pela defesa das que não tiveram a possibilidade de estudar. A determinação para se ser candidata numa eleição desta natureza é impressionante. Acreditam na democracia e querem ver implementadas as leis que protegem os direitos das mulheres.
As democracias vivem ritmos muito diferentes entre os vários continentes e até mesmo dentro do mesmo continente. Podemos dizer, num exemplo e noutro que estamos a viver momentos únicos na maneira de fazer política e muito por graça (ou por culpa) dos candidatos.
Reflexão coerente, de simples interpretação. Ao nos posicionarmos “anti-candidato-Y”, nós brasileiros, povo de maioria cristã, também nos posicionamos firmemente contra uma data de princípios anti-cristãos. O governo de esquerda, durante 16 anos minou o Brasil, saqueou os cofres públicos, implantou ideologias de cunho grotesco, de uma forma nunca antes vista no mundo ocidental contemporâneo. O livre culto do abordo inconsequente, a destruição da família, dos princípios básicos que regem uma sociedade cristã, respeitável e democrática, foram postos de lado e rejeitados pelo povo intitulado “anti-candidato-Y”. Ainda bem. Esperamos um bom governo por parte do presidente eleito.