O Congresso Eucarístico Nacional do Huambo em Angola. Fomos entrevistar o Cardeal Patriarca de Lisboa, ele que foi o enviado especial do Papa Francisco, para falar sobre o que foi o Congresso e o que dele se espera, aproveitando a distância temporal de quase seis meses, e geográfica Huambo-Lisboa que separa a realização do referido Congresso.
Senhor Patriarca, tendo sido o delegado do Santo Padre, que avaliação faz deste I Congresso Eucarístico Nacional de Angola?
A avaliação é muito positiva. Foi uma organização notável, pelo que conseguiu em termos de congregação de numerosos delegados de todas as dioceses angolanas; de instalação, alimentação e transporte das pessoas durante vários dias; de cumprimento do programa, incluindo o simpósio inicial, com sessões para os congressistas e grandes reuniões de toda a gente (Missas e Procissão do Corpo de Deus); de várias e adequadas intervenções dos conferencistas. Tudo foi de bom nível e muito formativo no conjunto. Manifestou a qualidade eclesial e apostólica que a Igreja em Angola já felizmente atingiu.
Como foi a vivência do dia-a-dia durante uma semana nesta experiência do Congresso?
Como vai dito, tudo se desenrolou com bom ritmo e muitas oportunidades de convívio e partilha. Um bom “congresso” no verdadeiro sentido da palavra, como reunião de pessoas, ideias e propósitos. Já pude comunicar esta boa impressão ao Papa, que manifestou contentamento.
Que mensagem deixou ao Povo de Deus em Angola como enviado do Papa Francisco?
Como delegado do Papa, tive ocasião de dissertar sobre algumas das suas ideias, ligando Eucaristia e evangelização, Eucaristia e ecologia e Eucaristia e família (cf. a minha conferência no Congresso). Na Eucaristia, como “cume e fonte” de toda a vida da Igreja, Cristo restaura e oferece tudo o que radicalmente importa para a vida da humanidade, a harmonia do universo e o vínculo familiar. Neste sentido, falei da Eucaristia para uma Angola eucarística.
O que espera que aconteça à Igreja em Angola como fruto deste I Congresso Eucarístico Nacional?
Do que vi e ouvi, tenho boa esperança numa Igreja em Angola cada vez mais viva, convivente e expansiva. Disto mesmo precisa o país, como todas as sociedades que visam um futuro mais solidário e um bem comum mais concretizado em favor de cada pessoa, começando pelos mais pobres e necessitados. A Eucaristia é o sacramento de Cristo “pão da vida” e alimento necessário do corpo e do espírito, como ensina o capítulo sexto do Evangelho segundo São João. Por isso mesmo, quem a celebra dá graças a Deus e compromete-se no serviço dos outros. Vi e ouvi bons testemunhos disto mesmo.
Entrevista conduzida pelos P. José Kambuta e P. Henrique Mutali