Foram profecias como esta, de Isaías, que foram alimentando a esperança messiânica do Povo de Deus em períodos mais sombrios, cheios de grande desconfiança em relação ao futuro. Com o menino, havia de chegar uma paz sem fim e um reino construído sobre o direito e a justiça. Coisas boas, portanto. Tão ansiadas naqueles dias como hoje. As palavras deixaram de ser apenas promessas quando ganharam corpo em Jesus e no seu Evangelho – ou não as tivéssemos nós escutado na noite de Natal!
Estas palavras ecoaram-me no coração quando nós, espiritanos em Portugal apresentamos, nos dias que se seguiram ao Natal, o nosso Projeto Missionário Global (PMG), um documento que nos pretende ajudar a repensar a nossa vida e missão, rasgando horizontes de esperança e fidelidade criativa para aquilo a que Deus nos chama. Há muitos anos que se apregoava a sua urgência e pedia a sua chegada. Chegou, finalmente!
Para chegarmos aqui e ter as coisas assim, escritas preto no branco, foi necessário um processo aberto, de diálogo e discernimento, que culminou naquele momento bonito de comunhão que o foi o Capítulo Provincial do verão passado.
E agora? Agora temos um papel. Mais um para as nossas já densamente povoadas estantes. Mas não me interpretem mal! Já é muito bom termos este papel. Para chegarmos aqui e ter as coisas assim, escritas preto no branco, foi necessário um processo aberto, de diálogo e discernimento, que culminou naquele momento bonito de comunhão que o foi o Capítulo Provincial do verão passado.
Mas, obviamente, isso não chega! Não haveria Natal se tudo o que tivéssemos fosse o papel de uma certidão de nascimento. Não haveria Natal se a Palavra não tivesse encarnado, se as promessas não tivessem passado do papel para a vida.
O nosso “menino” PMG também tem, necessariamente, de encarnar. E isto de encarnar dói um bocado. Mas é vital. As suas muitas páginas de análises e promessas resumem-se em três grandes prioridades: a autenticidade e fidelidade àquilo que somos; a valorização da dimensão vocacional da nossa vida e da nossa missão; e o redimensionamento de projetos e infraestruturas.
Na sua apresentação do texto, o P. Pedro Fernandes, superior provincial, sublinha: «O projeto missionário que a partir de agora teremos em mãos não é simplesmente um documento para arquivo, mas um instrumento para a nossa vida e trabalho: será uma instância de referência permanente, não tanto num registo de “observância”, mas muito mais do que isso: num registo de discernimento criativo e de fidelidade àquilo que o Espírito disse à nossa Província durante todo o processo de elaboração deste texto. Este processo não está concluído: deve prosseguir, ajudando-nos a crescer na comunhão com toda a família espiritana… tornando-nos cada vez melhores missionários.»
Isto promete!