A 8 de Outubro de 1887, o Sr. Brottier levou o filho Daniel para o Seminário Menor de Blois. Tinha ele 12 anos. Embora o ambiente do Seminário fosse austero e muito disciplinado, Daniel não teve dificuldade em adaptar-se. Aluno excelente, foi nomeado para vice-prefeito da Congregação da S. Virgem. Inclinado à vaidade e ao orgulho, teve de lutar para não cair nas suas amarras. A este respeito, amigo leitor, Daniel Brottier escreveria mais tarde: «É pelo orgulho que nos perdemos. É preciso esforçar-se para ficar na sombra; o esquecimento de si, é a virtude mais difícil de encontrar. O mérito de um homem de ação, é parecer não ter feito. Não vos orgulheis nunca se tiverdes êxito. Verificai, antes, se não podíeis ter feito melhor».
Depois de um ano de vida no Seminário, Daniel disse ao diretor, o P. Caussanel, que desejava ser religioso. Mas este deu-lhe um duplo conselho: que não falasse disso aos pais; e que continuasse a estudar e a rezar, que, a seu tempo, o Senhor faria ver o caminho. Daniel acatou o conselho. Mas 10 anos mais tarde, em carta dirigida a Monsenhor Le Roy, Superior Geral da Congregação do Espírito Santo, confessou que desde os 12 anos, considerava a vocação missionária como a vida de um homem que queria sacrificar-se e imolar-se pela salvação das almas.
Por volta dos 13 anos, Daniel adoeceu gravemente. Acabou por se recompor, mas ficou a sofrer de enxaqueca para o resto da vida. Por causa disso, viu-se forçado, às vezes, a interromper os estudos. Aliás, a partir de 1896, teve mesmo que viver na casa paterna, embora pudesse continuar a estudar, pois os pais tinham-se mudado, entretanto, para Blois, dado que o Sr. Brottier deixara de trabalhar para o marquês Dufort.
Tinha Daniel 17 anos, quando vestiu a batina, no Seminário Maior de Blois. Fez, entretanto, um compromisso de rezar pela perseverança vocacional, com mais dois amigos: «É melhor ser três reunidos que um só, porque nos levamos mutuamente à virtude. Compenetrados desta ideia, nós, Emílio Boivin, Daniel Brottier, Emílio Joulin, formamos uma pequena associação, esperando dar mais glória a Deus e ser úteis ao próximo». Algum tempo depois, todos os seminaristas de Blois estavam envolvidos nesta cadeia de oração.