No mês passado tive a graça de ir até à cidade de Roma. Foi a primeira vez. Mas com certeza que não será a última. Ir a Roma é ir a uma cidade que dá continuidade às raízes do nosso Cristianismo. Se Jerusalém foi a cidade do tempo de Jesus, Roma foi a cidade dos grandes Apóstolos e o lugar dum grande misto de acontecimentos: a perseguição pelo império Romano e ao mesmo tempo a paz e a liberdade religiosa trazida pelo imperador Constantino que abriu o Cristianismo ao mundo.
A nossa fé não se alimenta só de celebrações litúrgicas. Há lugares e espaços que falam por si. A imponente cidade de Roma é disso um exemplo. Uma cidade que nos ajuda a ir às raízes da nossa fé e ao mesmo tempo perceber, in loco, o quão importante foi a missão lutadora e tenaz dos que se seguiram a Jesus Cristo. As marcas destes grandes apóstolos de Cristo estão bem gravadas na história desta cidade.
Foram apenas quatro dias. Muito pouco tempo para tanta história e tanta coisa a visitar. Focamo-nos no essencial para aguçar o nosso apetite para voltar com mais calma. O meu primeiro objectivo não era visitar o Papa Francisco, até porque nesse domingo ele trocou-nos as voltas e não apareceu à janela. Motivo? Foi fazer aquilo que ele tanto nos pede: irmos às periferias e aí estar com o povo sobretudo com os que mais sofrem. Nesse domingo esteve na cidade de Itália onde aconteceram os terramotos. Sim, foi consolar esse povo e partilhar da sua dor.
Levava comigo alguns objectivos, e todos consegui concretizar. Primeiro era visitar as quatro grandes Basílicas: Santa Maria Maior; Latrão, São Paulo extra-muros e a de São Pedro. Que belos espaços de silencio e de oração para já não falar das arquiteturas belíssimas e majestosas. Aí senti-me pequeno diante da grandeza de pessoas como Nossa Senhora, Pedro e Paulo. A basílica de São Paulo fez-me sentir verdadeiro missionário. Perceber a importância da dimensão missionária da nossa Igreja. A urgência da missão para os dias de hoje. Não nos faltam modelos de inspiração.
Outro objectivo era conhecer a Casa Geral dos Espiritanos. Fomos muito bem acolhidos e consegui perceber que nessa casa trabalham colegas nossos à escala planetária onde a verdadeira língua que os une é o amor e o serviço. Obrigado a todos.
E por fim, o objectivo de conhecer uma Instituição chamada Astalli que é um centro de apoio aos refugiados dos nossos irmãos Jesuítas. Aqui senti que o nosso CEPAC é também uma grande migalha neste trabalho em prol dos refugiados e imigrantes. Perceber que, estes nossos irmãos de hoje, reclamam justiça e atenção. Não é esta também uma periferia a ser visitada? Com toda a certeza.