Estamos a iniciar mais um ano. Certamente que, com ele, renascem, em nós, novos desejos e novas maneiras de estar na vida. Mesmo a nível pastoral, na nossa acção missionária, a nossa postura deve ser de renovação. Sim. Sem renovação, não conseguiremos fazer novas, todas as coisas. Para isso é fulcral, não termos medo de trilhar novos caminhos e novas posturas.
Não podemos partir do princípio da mera conservação das coisas. Ou então do critério, fez-se sempre assim, tem de se continuar assim. Diz-nos o Santo Padre: “Muitas vezes vemos que se prefere uma pastoral de conservação em vez de deixar que o reino cresça. Quando acontece isto permanecemos o que somos, pequeninos, talvez nos sintamos seguros mas o Reino não cresce. Mas para que o reino cresça é preciso coragem: lançar o grão, misturar o fermento”.
Prossegue o Papa Francisco: “Alguém poderia objectar: Se eu lançar o grão, perco-o. Mas esta, explicou o Papa, é a realidade: haverá sempre alguma perda, ao semear o reino de Deus. Se eu misturar o fermento sujo as mãos: graças a Deus! Ai daqueles que pregam o reino de Deus com a ilusão de não sujar as mãos. Esses são guardas de museus: preferem as coisas bonitas ao gesto de lançar para que a força se desencadeie, de misturar para que a força faça crescer”.
Infelizmente temos muita gente que insiste em permanecerem em guardas de museus! Manter as coisas tais quais são, sem ter a coragem e a força da transformação. Isto dá segurança e comodismo mas não dá a capacidade de olharmos o futuro e as coisas com outra ousadia e determinação.
Na pastoral, se não houver este espírito de renovação e transformação não vamos a lado nenhum. Seremos múmias de museu que não servem para nada. Todos os agentes pastorais, desde os Bispos aos Leigos, devem estar convencidos que não podemos continuar com os esquemas que trazemos há cinquenta anos! É uma mera pastoral de manutenção e de cuidados mínimos. Este tipo de pastoral já não funciona nos dias de hoje. Nos tempos que correm, precisamos duma pastoral verdadeiramente missionária que seja criativa, que saia ao encontro de novas realidades a fim de as transformar com novos métodos e novas linguagens.
Teremos coragem para isto?
Se não o fizermos, ficaremos reféns dum conservadorismo doentio e estéril.
Bom ano pastoral para todos.