Uma conversa franca com o sociólogo Dominique Wolton
Dominique Wolton, francês, é um dos mais cotados sociólogos da actualidade. Encontrou-se diversas vezes com o Papa para lançar questões por temas. O resultado de dois anos e meio de trabalho é este livro, já traduzido em diversas línguas.
Wolton define o Papa Francisco: ‘socialmente, é um franciscano; intelectualmente, um dominicano; politicamente, um jesuíta. Mas sempre humano’.
Os temas vão-se sucedendo e encadeando: ‘O diálogo inter-religioso não significa colocar-se todos de acordo, não, significa caminhar juntos, cada um com a sua própria identidade’.
O Papa defende que fazer a guerra em nome de Deus, não é justo. A única coisa justa é a paz, pois, com a guerra, perde-se tudo. Com a paz, ganha-se tudo!
Sobre a importância do testemunho cristão, o Papa é claro: ’A Igreja prega mais com as mãos que com as palavras’!
Francisco quer uma Igreja ousada: ‘A Igreja tem sempre a tentação de se defender demais. Tem medo. É uma má tentação, não é bom. Onde é que o Senhor diz nos Evangelhos que é preciso procurar a segurança? Pelo contrário, Ele diz: ‘arrisca, vai e perdoa. E Evangeliza!’
Ao falar da Missão, o Papa desafia: ‘Se querem conhecer a Igreja(…) ide a África, onde se encontram tantos missionários. Eles ‘queimam’ a vida lá. Eles fazem verdadeiras revoluções’.
Francisco intervém por todos os meios: ‘Faço tweets como para abrir as portas, estou certo que esses tweets tocam os corações’.
Sobre o essencial diz: ‘Não podemos esquecer os dois pilares do Cristianismo, da Igreja: as bem-aventuranças e Mt 25,o protocolo sobre o qual seremos julgados, as Obras de Misericórdia. Estes dois pilares fazem da Igreja uma campeã em comunicação’.
Defende que a ‘Laudato Si’ não é uma encíclica verde, mas social e termina: ‘A nossa resposta a este mundo em guerra tem um nome: fraternidade!’
Planeta Editora