Quem chega, pela primeira vez, a este belo país africano, rapidamente percebe a importância, o significado e a riqueza desta simples palavra Olá!
É uma maneira de saudar toda a gente! Sim. Toda a gente que passe pela rua ou em qualquer oportunidade de nos cruzarmos uns com os outros. Um olá sempre acompanhado com um grande sorriso. Desde as crianças até aos mais velhos, esta saudação faz parte do acolhimento do São-tomense.
Como nós, por estas nossas paragens, estamos tão indiferentes e insensíveis a quem se cruza por nós no caminho! Passamos uns pelos outros e nem sequer um bom dia ou boa tarde! Parece que somos estranhos! Parece que não somos todos filhos do mesmo Deus! A correria e a pressa dos nossos ritmos de vida tornaram-nos indiferentes ao nosso próximo! Que sensação tão estranha e tão pobre!
Obrigado São Tomé e Príncipe, por me teres ajudado a valorizar, novamente, as coisas simples da vida, como é saudar alguém que passa por nós. Obrigado por me teres feito mais simples e mais desprendido de tanta coisa que nos entope. Aqui vive-se com o essencial e com a natural dureza da vida, sem a tornar mais complicada com as nossas pequices e arte de complicar. Obrigado pela arte de simplificar as coisas e o nosso relacionamento. Aqui aprende-se a dar importância ao fundamental da vida e a deixar para trás tanta coisa acessória que nada contribui para o nosso harmonioso crescimento.
Por estas bandas, insistimos nos nossos grupos e nas nossas paróquias em complicar as coisas. Em fazer a vida difícil ao outro. Em sermos miudinhos ao ponto de nos focarmos no acessório e não no essencial. Em sermos picuinhas com coisas que não prestam para nada. Até na organização e planificação das nossas actividades gostamos de complicar.
Obrigado a todos os São-Tomenses por me terem ensinado o essencial da vida: a simplicidade, a humildade, o saudar o irmão com alegria, o não resmungar perante a falta de muitas coisas, o não ter ilusões com o material e com o supérfluo, a resiliência perante tantas dificuldades e carências, o viver a fé sem pressas e sem limites de horas, o acolher o irmão com muita fraternidade, o ser feliz com pouca coisa, o ter vontade de aprender sempre mais, a luta firme pelo sustento da família… e tantas outras coisas que guardo no meu coração desta experiência missionária de voluntariado que levou 14 pessoas até São Tomé e Príncipe.
Obrigado São Tomé e Príncipe.