13º Domingo do Tempo Comum
É de todos bem conhecida a máxima “no meio [é que] está a virtude” e todos lhe reconhecemos a sabedoria que encerra e a sua potencialidade para melhorar as relações humanas, se fosse por todos posta em prática. A verdade é que ela pertence à sabedoria budista e não à cristã! Isto não retira nada ao seu valor, mas só mostra que para Cristo não chega – Ele vai muito mais além!
Como Cristo não se nos deu às pinguinhas, como o seu amor por nós não se fica por ‘meias tintas’, também não aceita de nós uma resposta qualquer – exige tudo ou, pelo menos, que não nos contentemos com qualquer coisa, mas que o máximo seja sempre a meta para a qual caminhamos. Daí as suas exigências apresentadas no Evangelho de hoje: ser colocado acima de todos (pais, filhos) e de tudo (a própria vida) e que os seus discípulos tomem a sua cruz todos os dias e façam como Ele fez.
Com efeito, a vida nova, para a qual (re)nascemos pelo Batismo, passa, antes de mais, por aqui: pôr de parte os critérios do mundo, mesmo os mais sensatos, para adotar os de Deus. Na sabedoria divina, o Céu é o limite (“haveis de ser perfeitos, como o vosso Pai do Céu é perfeito”) e a caminhada é construída com a ‘grandeza’ das coisas pequenas: até um simples copo de água não ficará sem recompensa! Por isso, é um caminho ao alcance de todos e só impõe uma condição: tudo fazer com um coração grande, que recuse todo o género de equilibrismos: “porque nem és quente, nem és frio, causas-me vómitos” (Apoc. 3,16).
Por outras palavras, o nosso Deus não aceita nivelações por baixo (a famosa nota ‘10’ ou o ‘suf’), mas exige que todos tentemos atingir o ‘20’. É isso que nos diz S. Paulo: “considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em [e como] Cristo Jesus”! Na verdade, não é com as asas (de cera) de Ícaro que lá poderemos chegar, mas é com o ‘turbo’ da Ressurreição de Cristo que poderemos voar mais alto que as próprias águias!