A ‘Alegria do Evangelho’ do Papa Francisco foi uma lufada de ar fresco na Igreja e um convite à Missão global, onde as periferias e as margens ocupam um lugar de preferência. Bem vistas as coisas, não trouxe nada de novo, ou seja, não acrescentou nada ao Evangelho de Cristo, mas chamou a atenção para o essencial da Missão da Igreja.
Depois, não deixando nunca de nos surpreender, o Papa lançou o Ano da Vida Consagrada. Quis que a Igreja toda desse graças a Deus pelo dom dos Consagrados e valorizasse a sua Vocação e Missão. Às pessoas Consagradas pediu que fizessem uma memória agradecida do passado, vivessem o presente com paixão e preparassem o futuro com esperança.
E as surpresas do Papa não ficaram por aqui. Decidiu lançar um Jubileu da Misericórdia!
A misericórdia de Deus é eterna e todos a podemos compreender melhor com textos como as parábolas do Bom Samaritano, do Juízo Definitivo, da Ovelha e da dracma perdidas, do Pai e seus dois filhos. A misericórdia é apresentada como a força que tudo vence, enche o coração de amor e consola com o perdão. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor cheio de misericórdia e compaixão. Há que renovar a pastoral da Igreja, anunciando e vivendo o valor da misericórdia.
Este Jubileu obriga-nos a peregrinar na direcção das periferias, cuidando dos feridos que as sociedades causam e não curam. Não podemos ficar indiferentes.
A Igreja tem de sentir a urgência de anunciar a misericórdia de Deus, vivendo-a com a convicção de que ela não tem fim.
E, como cereja em cima do bolo, o Papa Francisco publicou a Encíclica ‘Louvado Sejas’, sobre o cuidado da casa comum’, ou seja, um documento sobre uma Ecologia integral, convidando-nos a respeitar a natureza e amar os pobres. Aponta como exemplo S. Francisco de Assis.
Assim, facilmente percebemos que este livro, com temas para reuniões de grupos, traz uma riqueza extraordinária de conteúdos, sendo muito actual e desafiante.
Este ‘manual’ é ainda marcado por outra grande novidade: foi preparado por muitas pessoas a pensar em toda a Família Espiritana, estando disponível a servir de guia de caminhada a quantos o queiram meter na mochila ou no saco de viagem espiritual. Mas a LIAM e os Jovens Sem Fronteiras já disseram que este subsídio fará parte dos seus encontros de formação, ao longo dos próximos tempos. É um projecto de comunhão, permitindo uma Missão de braço dado.
Vivemos, como Família Espiritana, tempos de grandes celebrações. Assim, em 2016 faz 150 anos que chegaram os primeiros Espiritanos a Angola e 75 do início da Missão Espiritana em Cabo Verde. Em 2017, Portugal celebra os 150 anos da presença Espiritana e a LIAM celebra 80 anos de vida dedicada à Missão. São excelentes pretextos para reforçarmos a Missão que nos corre nas veias.
Sinto-me muito honrado por coordenar este guia de formação missionária que também servirá de ‘alimento’ para quem caminhar sozinho. Desejo que os leitores cresçam na Fé, na Espiritualidade, na Misericórdia e na Missão.
Boa viagem! Que o Espírito Santo inspire, dê força e coragem e que Maria, a Rainha das Missões, seja a companheira neste caminho em direcção a Deus e aos mais pobres.
P. Tony Neves