Cardeal Américo Aguiar
Entrevista de Paulo Rocha
As Jornadas Mundiais da Juventude, realizadas em Lisboa no verão de 2023, ainda fazem correr rios de tinta, dois anos depois. Depois da pandemia obrigar a mudar de 2022 para 2023, juntar dois milhões de pessoas na capital portuguesa foi algo extraordinário e inesperado. Também se tem salientado e elogiado a alta qualidade de todos os eventos programados, com particular relevo para a Via Sacra, a Vigília e a Missa Final.
A Paulus Editora convenceu o responsável máximo da organização das JMJ, D. Américo Aguiar, a sentar-se para uma longa entrevista conduzida por Paulo Rocha, diretor da Agência Ecclesia. O que resulta desta conversa dá origem a um livro que junta texto, fotos e muitos códigos QR com uma informação vastíssima sobre o antes, o durante e o impacto destas Jornadas Mundiais da Juventude.
Porquê ‘Jornada Belíssima’?
Paulo Rocha, na introdução, explica o título e as organização do livro. Foi o Papa Francisco quem, no regresso a Roma, definiu estas JMJ como uma ‘Jornada Belíssima’. Quanto à estrutura, os sete capítulos da obra acompanham cada um dos sete dias das Jornadas. É bom que se recorde o que o Cardeal Américo evoca: ‘O Papa Francisco dizia-nos sempre que tinha grande expectativa em relação à Jornada de Lisboa. Não por ser Lisboa, mas pelo facto de a Jornada acontecer após a pandemia’.
D. Manuel Clemente, então Patriarca de Lisboa e anfitrião, conta como surgiu a ideia de Lisboa se candidatar ao acolhimento destas JMJ, como acompanhou o Papa durante o evento e que marcas de futuro deixam estas Jornadas para a Igreja e para o país.
Ao ritmo de ‘Todos!’
O Sumário aposta na palavra ‘Todos’ que se inspira no grito mais mediatizado do Papa Francisco, proclamado e amplificado à saciedade: ‘Todos, Todos, Todos!’. Assim, o Dia 1 (31 de julho) vive-se sob o signo do ‘Todos em Portugal – do anúncio à preparação, em peregrinação por todo o país’; no dia 2 (1 de agosto) é ‘Todos em Lisboa – Uma história longa até à Missa de Abertura na Colina do Encontro’; o dia 3 (2 de agosto) aponta para ‘Todos com os Jovens – Encontros Rise-Up, muitos palcos e uma Cidade da Alegria’; no dia 4 (3 de agosto ‘Todos com o Papa – Acolhimento do Papa na Colina do Encontro’); dia 5 (4 de agosto), ‘Todos por uma Cruz – Muito mais que uma Via.-Sacra’; dia 6 (dia 5 de agosto), ‘Todos por Cristo – Em Peregrinação para o Campo da Graça’. Como conclusão, no dia 7 (6 de agosto), ‘Todos, Todos, Todos! – A marca da JMJ Lisboa 2023’.
D. Américo, primeira pessoa
D. Américo responde com frontalidade e bom humor a todas as questões, não escondendo as dificuldades de organização, as angústias que sofreram com o andar dos dias, o cansaço acumulado e, finalmente, a alegria do sucesso, a todos os níveis, mesmo financeiro. O resultado final foi fantástico, com uma multidão de gente a participar, vindos de todo o mundo. O voluntariado apresentou-se numeroso e eficaz, o ambiente foi vivo, mas muito pacífico. O programa foi diversificado e culturalmente muito rico, a adesão passou muito para além do esperado.
Há muito que ler
Foram umas JMJ bem organizadas – reconhece D. Américo: ‘E como acontecerá em Seul, como aconteceu em outras edições. A beleza, a verdade são características muito especiais de Deus e quando nós nos convertemos ao facto de que a Jornada não é nossa, mas é um convite que o Papa faz e um projeto e um sonho de Deus, as coisas acontecem com essa simplicidade’.
O que fica da Jornadas? Responde D. Manuel Clemente: ‘A demonstração do que podemos ser e fazer quando nos unimos para realizar algo de verdadeiramente bom e positivo em benefício de todos’.
Como confessa o Cardeal Américo, ‘um legado indiscutível foi a recuperação do Parque Tejo e do Parque da Zona de Loures’.
Sobre o livro, explica Paulo Rocha: ‘Em cada página, nas margens, apresentam-se datas significativas da preparação das JMJ, temas essenciais e remete-se, através de um QR code, para vídeos e foto-galerias dos vários dias e momentos da JMJ Lisboa 2023’.
O livro sai caro pela qualidade do papel e pelas fotos a cores. Estas mostram a beleza e o colorido destes dias e foram escolhidas de 31 fotógrafos que acompanharam estas JMJ. O resultado final é muito bom e, entre textos, fotos e códigos QR abre portas a uma vastíssima informação.
Paulus Editora