José e Maria tiveram a difícil, mas feliz, Missão de criar e educar Jesus. Nascidos em famílias simples, lutaram como todos os pobres, para que o Filho crescesse em sabedoria e saúde. Há 150 anos, S. José, ‘humilde carpinteiro, esposo de Maria, homem justo’, foi declarado Padroeiro Universal da Igreja o que, em palavras simples, quer dizer que ele é uma das nossas grandes referências, é um pai, um modelo, um intercessor junto de Deus.
O Papa Francisco não quis deixar passar despercebida esta data e propôs à Igreja um Ano Especial dedicado a S. José. Escreveu uma Carta Apostólica para ajudar a Igreja e o mundo a perceber melhor a importância e a actualidade da vida e da missão deste grande Santo.
José é um ‘Pai amado’ pelo povo cristão que se identifica com a sua simplicidade, o seu trabalho comprometido, a sua dedicação total à família que Deus lhe confiou.
José é ‘Pai na ternura’. Pela sua vida, ‘ensina-nos que ter fé em Deus inclui também acreditar que Ele pode intervir inclusive através dos nossos medos, das nossas fragilidades. E ensina-nos que, no meio das tempestades da vida, não devemos ter medo de deixar a Deus o leme da nossa barca’.
José é ‘Pai na obediência’. A Bíblia fala-nos de quatro sonhos. José ouve e obedece. No primeiro sonho, o anjo convida-o a aceitar a gravidez de Maria; no segundo, é-lhe pedido que fuja com Maria e o Menino para o Egipto; no terceiro, Deus pede-lhe que regresse à terra natal; no quarto, é-lhe proposto um desvio de rota, e acabam por ir até Nazaré. José é um homem de Fé sempre à escuta de Deus cujas Palavras se tornavam ordens a cumprir com alegria e sucesso.
José é ‘Pai no acolhimento’. Ele acolhe Maria sem colocar condições prévias. A ‘vida espiritual que José nos mostra não é um caminho que explica, mas um caminho que acolhe’. A ele, como a nós, a Fé dá significado a todos os acontecimentos, tristes ou felizes.
José é ‘Pai com coragem criativa’. Esta vem ao de cima quando há dificuldades. Em Belém arranjou um estábulo para Maria dar à luz; mais tarde, organizou a fuga para o Egipto. Ali teve de enfrentar problemas semelhantes aos dos refugiados e migrantes de hoje. Por isso, José é um ‘padroeiro especial para quantos têm que deixar a sua terra por causa das guerras, do ódio, da perseguição e de miséria’. Ele, que protegeu e guardou Maria e o Menino, também protege hoje a Igreja. Merece ser invocado ‘como protector dos miseráveis, necessitados, exilados, aflitos, pobres, moribundos’.
José é um ‘Pai trabalhador’. Foi um carpinteiro honesto. Sustentou a família e ensinou ao Filho a dignidade e o valor do trabalho para ganhar o pão de cada dia. Este Santo ajuda-nos a compreender melhor que ‘uma família onde falte o trabalho está mais exposta a dificuldades, tensões, fraturas e até mesmo à desesperada e desesperadora tentação da dissolução’. Celebrar S. José implica questionar: ‘a perda de trabalho que afecta tantos irmãos e irmãs e tem aumentado nos últimos meses devido à pandemia da covid19, deve ser um apelo a revermos as nossas prioridades’. É tempo para pedir a intercessão de S. José para se conseguir atingir este grande objetivo: ‘nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho!’.
José é um ‘Pai na sombra’. Não se nasce pai, é o nascimento de um filho que gera o pai. Depois, para ser pai a sério, é preciso cuidar responsavelmente dos filhos. Sem oprimir, sem os obrigar a ser aquilo que os pais querem e sonham: ‘a lógica do amor é sempre uma lógica de liberdade e José soube amar de maneira extraordinariamente livre’. Muitos pensam que a felicidade assenta na lógica do sofrimento, mas a verdade que José nos ensina é que a felicidade se situa na lógica do dom de si mesmo.
A vida dos santos são a ‘prova concreta de que é possível viver o Evangelho’. Podemos seguir a sua inspiração, as suas atitudes, palavras e silêncios.
Este Ano de S. José começou a 8 de dezembro e vai ser concluído solenemente daqui a um ano, na Solenidade da Imaculada Conceição. Com razão ele é ‘Pai Amado’, ‘Pai na Ternura’, ‘Pai na Obediência’, ‘Pai no Acolhimento’, ‘Pai com coragem criativa’, ‘Pai Trabalhador’, ‘Pai na Sombra’, membro da Sagrada Família, Padroeiro da Igreja Universal.
Como diz a Oração Final: ‘Guiai-nos no caminho da vida, alcançai-nos graça, misericórdia e coragem’.