O Centro Catequético de Fátima acolheu, a 2 e 3 de Dezembro, o I Curso de Formação para novos Líderes da LIAM. Com a renovação em curso, impunha-se um esforço de capacitação dos animadores para o exercício da liderança nos grupos. Participaram uma centena de Liamistas, vindos de todo o país e, pela primeira vez, houve gente vinda do arquipélago dos Açores.
150 anos de Missão
Depois da Abertura Oficial, o P. Tony Neves falou do Jubileu dos 150 anos dos Espiritanos em Portugal, referindo alguns documentos e eventos que o marcaram. Referiu a Nota Pastoral dos Bispos de Portugal, as celebrações de Abertura (CESM-Silva), de Pentecostes (Braga e Torre d’Aguilha), as Jornadas de Espiritualidade (Fátima), a Peregrinação a Fátima, as Profissões e Jubileus, as Ordenações de Diáconos e Padres, o Encerramento do Jubileu nos Magustos Missionários (CESM-Silva e Torre d’Aguilha). Por fim, referiu o honroso Voto de Congratulação da Assembleia da República.
Espiritualidade Espiritana
O P. Tiago Barbosa abordou o tema da espiritualidade missionária na Igreja e na congregação do Espírito Santo. Resumindo o documento “Ad Gentes”, convidou os presentes que saírem em missão, pois esta é o mandato de Jesus Cristo a cada um dos seus discípulos e só enquanto discípulos missionários a poderemos viver e testemunhar.
Utilizando as parábolas evangélicas, ilustrou que, ao assumir a tarefa missionária, como Igreja em caminho para as periferias e margens, somos solicitados a viver como o Bom Pastor na pastoral quotidiana com os baptizados; como o Semeador, indo ao encontro das novas periferias e margens; e, como o Pescador, quando decidimos, por um tempo ou por toda a vida, partir em missão e consagrar deste modo a nossa vida a Deus e aos nossos irmãos.
Vocação para a Missão hoje
O P. Victor Silva disse que a alegria de ser missionários é a imagem de marca da vocação Espiritana. Não nos podemos esquecer que Deus se serve das pessoas. Temos, por isso, a obrigação de partilhar abertamente a vida. Temos de perguntar aos jovens, convida-los. A questão vocacional é hoje decisiva para o futuro dos Espiritanos em Portugal. Apresentou um novo vídeo sobre a LIAM.
Animar é aprender a olhar o outro
A ONG “Sol Sem Fronteiras” assegurou os workshops da tarde de sábado sobre resolução de conflitos, a actuação do líder no grupo e a missão do grupo. O encontro contou com a participação de Rui Branco, Raquel Carreira, Mónica Ferreira, Tiago Madaleno e Rita Costa. Este momento foi um treino, incentivando os animadores a colocarem em prática o que ouviram e reflectiram ao longo do encontro, por ser animador do grupo é ser aquele(a) que é capaz de treinar o coração, o ouvido e os olhos para o outro, ao jeito de Jesus.
Carisma Espiritano
O P. Damasceno dos Reis falou do carisma da Missão Espiritana. Olhou o exemplo dos fundadores e partilhou algumas partes da Regra de Vida Espiritana que aponta alvos preferenciais: a primeira evangelização; os mais pobres; situações para onde a Igreja mais dificilmente encontra pessoas. Falou ainda da união prática, da abnegação e da docilidade aos Espírito Santo. Tomando o mapa da Terra Santa, convidou os presentes a aprender a ser ‘Lago da Galileia’, fecundo, quando estamos no coração da Trindade, em contraposição como o Mar Morto.
Presente e futuro da LIAM
O P. Nuno falou do presente e do futuro da LIAM que passa, antes de mais, pela renovação. É preciso fundar grupos e trazer gente nova para os grupos existentes. Há que criar mais fraternidade, lutando contra o ‘vírus’ das relações frias e azedas entre nós, dando, assim, credibilidade ao que anunciamos e tenha eco no coração dos nossos irmãos.
Como pede o Papa Francisco, há que olhar o futuro com esperança. Insistiu que é preciso colocar mais paixão na Missão, mais “investimento pessoal e grupal” na renovação pessoal, espiritual, relacional. Salientou que urge potenciar a Missão das direcções nacionais e diocesanas, sabendo trabalhar contra a corrente. Nota-se a necessidade de alargar os horizontes da Missão a todos e para que isto seja possível há que pedir ao Espírito Santo a dom da criatividade e de não cruzar os braços.
Foram dois dias de trabalho, reflexão e capacitação, para que a animação dos grupos da LIAM em cada paróquia possa ser aquilo a que está chamada a ser: pólos dinamizadores da acção missionária a nível paroquial e espaços de formação, de acção e de oração pela missão e em missão.