XIX Fórum Ecuménico Jovem, em Braga
Os 500 anos da Reforma proposta à Igreja por Martinho Lutero serviram de inspiração para o FEJ 2017, realizado em Braga, no Auditório Vita e no Seminário da Sra da Conceição, a 4 de novembro. Participaram mais de 300 jovens (com alguns menos jovens à mistura!).
Reforma, 500 anos depois
Tudo começou com o acolhimento e a Celebração Inicial na Capela renovada da Senhora da Conceição. Teve um momento penitencial (para pedir perdão pelas rupturas entre cristãos), a leitura do Apocalipse que deu tema ao FEJ (Ap 21, 1-7), a proclamação da parábola do semeador e o reconhecimento dos dons mais defendidos pela Reforma (Cristo, a Palavra, a Fé, a Graça, a Salvação, o Louvor).
Ecumenismo hoje
O Auditório Vita acolheu o segundo momento do FEJ. D. Jorge Ortiga, como anfitrião, deu as boas vindas, lembrando a imperfeição que marca as nossas vidas, sendo urgente pô-las em sintonia com o Evangelho. Renovar é uma palavra chave da Igreja. D. Jorge Pina Cabral recordou este longo caminho ecuménico jovem que leva 19 anos. Disse que relemos hoje a história da Igreja para percebermos o que somos chamados a fazer. Citou Martinho Lutero que propôs um caminho de retorno à Sagrada Escritura. Valorizou o papel dos leigos, na diversidade de dons e ministérios. Apresentou o FEJ como um lugar único e insubstituível no caminhar das Igrejas em Portugal.
Após um vídeo que mostrou Braga aos jovens, foi projetado um programa ‘70×7’, da RTP2, que fez eco da ida do papa Francisco à Suécia para se associar às comemorações dos 500 anos da Reforma Protestante. Foi dito e repetido que é muito mais o que nos une que aquilo que nos separa, embora possa ser longo e difícil o caminho que leva à unidade plena entre as Igrejas.
O P. João Aguiar Campos, jornalista, moderou um painel neste fórum em que ele viu jovens capazes de ouvir o Espírito, reflectir e rezar juntos. Joana Teixeira, metodista, disse ser importante renovar sempre a relação com Deus para olhar o futuro com esperança. O P. José Pedro partilhou a experiência ecuménica que se vive em Guimarães e que ele transformou em tese académica. Eva Michel, pastora presbiteriana, recordou a importância dos abraços entre católicos e protestantes, após tanta guerra, dizendo que o futuro ecuménico exige ‘boa terra, coração e coragem’. João Duque, perito em ecumenismo, defendeu que é importante olhar para o caminho feito sem descuidar o que falta percorrer.
Do almoço ao envio
O almoço foi partilhado, seguindo-se workshops que garantiram a Festa de Cristo com as aportações que cada grupo trouxe de regresso ao Auditório Vita: música, teatro, pintura /grafitti, política /sociedade, oração.
O FEJ concluiu com o Gesto de Envio em que todos levaram um pequeno pinheiro para cuidar e fazer crescer, recordando também a urgência ecológica e o drama dos incêndios. Na bagagem, os jovens levaram ainda duas grandes interpelações: uma feita pelo Papa na Suécia e amplificada pela Pastora Eva Michel: ‘vamos fazer a grande revolução da ternura?’; outra lançada pelo P. João Aguiar Campos:’Vamos levar mais a sério a Semana da Unidade dos Cristãos’?.
O próximo FEJ, a realizar em 2018, será a edição número 20.
Tony Neves
Equipa Ecuménica Jovem